terça-feira, 5 de maio de 2009

Dia 34 - Pensando como servo

Meu servo Calebe pensa diferente e me segue de forma integra.
Números 14.24; ncv

Pensem de vocês mesmos tal como Cristo Jesus pensava de si mesmo.
Filipenses 2.5; Msg

Servir começa na mente.
Ser servo requer uma mudança de rumo em sua mente, uma alte­ração de postura. Deus está sempre mais interessado em por que você faz algo do que no que você faz. Atitudes contam mais que realizações. O rei Amazias perdeu a graça de Deus porque fez o que o Senhor aprova, mas não de todo o coração.1 Servos verdadeiros ser­vem a Deus com uma mentalidade que engloba cinco atitudes.

Os servos pensam mais nos outros do que em si. Os servos se concentram nas outras pessoas, e não em si. Esta é a verdadeira humildade: não pensar menos de si, mas pensar menos em si. Eles são abnegados. Paulo disse: Esqueçam de si o suficiente, para ajuda­rem ao próximo.2 É isso que significa “perder a vida” — esquecer-se de si mesmo para servir aos outros. Quando deixamos de nos con­centrar em nossas próprias necessidades, ficamos a par das necessi­dades ao nosso redor.
Jesus Esvaziou-se a si mesmo, tomando a forma de servo.3 Quan­do foi a última vez que você se esvaziou a si mesmo para benefício de alguém? Você não pode ser servo se estiver cheio de si mesmo. É somente quando nos esquecemos de nós que fazemos coisas que merecem ser lembradas.
Infelizmente, grande parte do serviço que prestamos é em causa própria. Servimos para que os outros gostem de nós, para sermos admirados ou para alcançarmos nossos objetivos. Isso é manipula­ção, e não ministério. Ficamos o tempo todo pensando, na verdade, em nós mesmos, e em como somos maravilhosos e nobres. Algumas pessoas tentam usar o serviço que fazem para barganhar com Deus: “Vou fazer isso por você, Deus, se você fizer aquilo por mim”. Os verdadeiros servos não tentam usar a Deus para seus propósitos; deixam que Deus os use para os propósitos dele.
Ser abnegado, assim como ser fiel, é uma qualidade extremamente rara. Dentre todas as pessoas que Paulo conheceu, Timóteo foi o úni­co exemplo que ele pôde apontar.4 Pensar como servo é difícil, pois en­tra em choque com o principal pro­blema de nossa vida: somos, por natureza, egoístas. Pensamos demais em nós mesmos. Por esse motivo, a humildade é uma luta diária, uma lição que temos de reaprender repetidamente. As oportunidades de ser servos colocam-se à nossa frente dezenas de vezes por dia, nas quais temos a chance de decidir entre satisfazer as nossas necessida­des e as necessidades dos outros. A abnegação é a essência do serviço. Podemos avaliar nosso coração, ver se somos servos pela forma de reagirmos quando os outros nos tratam como servos. Como você reage quando as pessoas não o levam em consideração, lhe dão or­dens o tempo todo ou o tratam como alguém inferior? A Bíblia diz: Se alguém tirar injustamente vantagem de você, use a oportunidade para agir como servo.5

Os servos pensam como administradores, não como donos. Os servos se lembram de que Deus é o dono de tudo. Na Bíblia, o administrador era o servo encarregado de gerenciar uma proprieda­de. José foi esse tipo de servo quando prisioneiro no Egito. Potifar confiou sua casa a José. Depois, o carcereiro confiou a prisão a José. Por fim, o faraó confiou a José toda a nação. O serviço e a adminis­tração andam juntas,6 pois Deus espera que sejamos dignos de con­fiança nas duas coisas. A Bíblia diz: O que se exige de quem tem essa responsabilidade é que seja fiel ao seu Senhor.7 Como você está lidan­do com os recursos que Deus lhe confiou?
Para tornar-se um verdadeiro servo, você terá de resolver a questão do dinheiro na sua vida. Jesus disse: Nenhum servo pode servir a dois senhores [...] Vocês não podem servir a Deus e ao Dinheiro.8 Ele não disse “Vocês não devem”, mas “Vocês não podem”. É impossível. Viver para o ministério e viver para o dinheiro são objetivos que se excluem mutuamente. Qual deles você escolhe? Se você for servo de Deus, não pode fazer um “bico” por sua conta. Todo o seu tempo pertence a Deus. Ele exige lealdade exclusiva, e não fidelidade de meio expediente.
E o dinheiro que tem o maior potencial para substituir Deus na nossa vida. Mais pessoas são desviadas do serviço de Deus pelo materialismo do que por qualquer outra coisa. Elas dizem: “Após ter atingido meus objetivos financeiros, vou servir a Deus”. É uma deci­são tola, pela qual se arrependerão por toda a eternidade. Quando Jesus é seu Mestre, o dinheiro serve você, mas, se o dinheiro for seu mestre, você se torna escravo dele. A riqueza não é absolutamente um pecado, mas deixar de usá-la para a glória de Deus o é. Os servos de Deus sempre se preocupam mais com o ministério do que com o dinheiro.
A Bíblia é extremamente clara: Deus usa o dinheiro para saber se você é um servo fiel. Foi por isso que Jesus falou mais sobre o dinhei­ro do que sobre o céu ou o inferno. Ele disse: Assim, se vocês não forem dignos de confiança em lidar com as riquezas deste mundo ímpio, quem lhes confiará as verdadeiras riquezas? 9 A forma de você gerenciar seu dinheiro afeta a quantidade de bênçãos que Deus der­rama sobre sua vida.
No capítulo 31, mencionei dois tipos de pessoas: construtores do Reino e construtores de riquezas. Ambos são bons em fazer os negó­cios crescerem, fechar acordos ou vendas e obter lucro. Os construto­res de riquezas continuam a acumular fortunas para si, indepen­dentemente de quanto tenham alcançado, mas os construtores do Reino mudam as regras do jogo. Eles ainda tentam ga­nhar tanto dinheiro quanto for possível, mas fazem isso para distribuí-lo. Usam a riqueza para financi­ar a igreja de Deus e a sua missão no mundo.
Na Saddleback, temos um grupo de diretores de em­presas e donos de negócios que tentam fazer o melhor que podem, então fazem doações à medida de suas possibilidades, para promover o Reino de Deus. Eu os encorajo a conversar com seu pastor e iniciar um grupo de construtores do Reino em sua igreja. Procure auxílio no “Apêndice 2”.

Servos pensam no seu trabalho, e não no que os outros estão fazendo. Eles não fazem comparações, não criticam nem competem com os outros servos ou ministérios. Estão muito ocupados reali­zando o trabalho que Deus lhes deu.
A competição entre servos de Deus é absurda por muitas razões. Estamos todos no mesmo time; nosso objetivo é fazer que a pessoa de Deus apareça de forma positiva, e não a nossa pessoa. Recebemos diferentes atribuições e temos todos uma forma exclusiva. Paulo disse: Não vamos nos comparar uns com os outros, como se um fosse melhor e o outro pior. Temos coisas muito mais interessantes para fazer com nossa vida. Cada um de nós é um ser original.10
Não há lugar para ciúmes mesquinhos entre servos. Quando você está ocupado servindo, não há tempo para ser crítico. Todo tempo desperdiçado em criticar os outros poderia ser usado no ministério. Quando Marta reclamou para Jesus que Maria não a ajudava com o traba­lho, ela perdeu seu coração de serva. Os verda­deiros servos não reclamam de injustiças, não sentem pena de si mesmos nem ficam aborrecidos com os que não servem. Eles apenas confiam em Deus e seguem servindo.

Não é nossa função avaliar os outros servos do Mestre. A Bí­blia diz: Quem é você para criticar o escravo de alguém ? O Senhor determinará se seu escravo foi bem-sucedido ou não.11 E também não é nossa função nos defendermos das críticas. Deixe que seu Mestre tome conta disso. Siga o exemplo de Moisés, que se mostrou verdadei­ramente humilde quando enfrentou oposição. Ou faça como Neemias, cuja resposta às criticas era simplesmente: Meu trabalho é muito im­portante para que eu o interrompa agora [para] conversar com vocês.12

Se você serve como Jesus, pode esperar ser criticado. O mun­do, e até mesmo grande parte da igreja, não compreende o que Deus valoriza. Um dos mais belos atos de amor demonstrados a Jesus foi criticado pelos discípulos. Maria tomou a coisa mais valiosa que pos­suía, um perfume caro, e derramou sobre Jesus. Seu generoso serviço foi chamado “desperdício” pelos discípulos, mas Jesus o chamou signi­ficativo,13 e isso é tudo o que importa. Seu serviço para Cristo nunca será um desperdício, não importa o que os outros digam.

Os servos baseiam sua identidade em Cristo. Por se lembrarem de que são amados e aceitos pela graça, não têm de provar seu valor. Eles aceitam de bom grado trabalhos que pessoas inseguras conside­rariam “abaixo” delas. Um dos mais profundos exemplos de serviço realizado a partir de uma auto-estima segura foi a lavagem dos pés dos discípulos, realizada por Jesus. Lavar os pés era equivalente a ser engraxate, função desprovida de status. Mas Jesus sabia quem era; então a tarefa não ameaçou sua auto-estima. A Bíblia diz: Jesus sabia que o Pai havia colocado todas as coisas debaixo do seu poder, e que viera de Deus [...] assim, levantou-se da mesa, tirou sua capa e colocou uma toalha em volta da cintura.14

Se você quer ser servo, deve depositar sua identidade em Cris­to. Somente pessoas seguras de si podem servir. Pessoas inseguras estão sempre preocupados com a aparência perante os outros. Elas temem a exposição de suas fraquezas e se escondem sob camadas de orgulho e pretensão. Quanto mais você for inseguro, mais irá querer que as pessoas o sirvam e mais necessitará da aprovação delas.
Henry Nouwen disse: “Para sermos úteis aos outros, temos de morrer para eles, ou seja, temos de deixar de medir nossa importân­cia e valor pelos parâmetros dos outros [...] dessa forma, ficamos livres para manifestar misericórdia”. Quando você baseia seu valor e sua identidade no seu relacionamento com Cristo, fica livre das ex­pectativas dos outros, e isso permite que você realmente os sirva melhor.

Os servos não precisam cobrir as paredes com placas e prêmios para confirmar seu valor. Eles não insistem em ser tratados por títulos nem se en­volvem em mantos de superioridade. Os servos consideram irrelevantes os símbolos de status e não medem o próprio valor pelas realizações. Paulo disse: Você pode gloriar-se de você mesmo, mas a única aprovação que conta é a do Senhor.15
Se alguém teve grande chance na vida de se gabar de seus conhe­cimentos pessoais e de citar seus relacionamentos, esse alguém foi Tiago, o meio-irmão de Jesus. Ele detinha as credenciais de quem tinha vivido com Jesus na condição de irmão. Ainda assim, na intro­dução de sua carta, ele se referiu a si mesmo como servo de Deus e do Senhor Jesus Cristo.16 Quanto mais próximo você estiver de Jesus, menos precisará promover a si mesmo.

Servos consideram o ministério uma oportunidade, não uma obrigação. Eles gostam de ajudar pessoas, suprir necessidades e ministrar. Servem ao Senhor com alegria.17 Por que eles servem com alegria? Porque amam ao Senhor, reconhecem sua graça, sabem que servir é o melhor uso que podem dar à vida e têm ciência de que Deus prometeu uma recompensa. Jesus prometeu: O Pai honrará e recompensará a qualquer um que me servir18 Paulo disse: Ele não esquece o trabalho que vocês fizeram nem o amor que lhe mostraram na ajuda que deram e ainda estão dando aos seus irmãos na fé.19
Imagine o que poderia ter acontecido, se apenas 10% dos cristãos em todo o mundo levasse a sério seu papel de servo. Imagine todo o bem que poderia ter sido feito. Você está disposto a ser uma dessas pessoas? Não importa sua idade; Deus irá usá-lo se começar a agir e a pensar como servo. Albert Schweitzer disse: “As únicas pessoas realmente felizes são aquelas que aprenderam a servir”.

Trigésimo Quarto Dia
Pensando sobre meu propósito

Um tema para reflexão: Para ser servo, devo pensar como servo.

Um versículo para memorizar: Seja a atitude de vocês a mesma de Cristo Jesus (Filipenses 2.5; nvi).

Uma pergunta para meditar: Normalmente, preocupo-me mais em ser servido ou em achar maneiras de servir os outros?
(extraído do Livro "Uma vida com propósito" do pastor Rick Warren)

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