quinta-feira, 19 de novembro de 2009

A realidade do Espírito Santo na vida do crente


Ezequiel 37: 1-14

Esta passagem é uma profecia de Deus para a nação de Israel onde Ele promete restaurar sua condição física e espiritual. Esta passagem nos ensina uma realidade sobre a ação do Espírito Santo em nossas vidas. Qual o seu papel em nós.

· Os ossos de ligaram através de tendões e cresceu carne (músculos, nervos e pele).
· Tudo aparentemente bem, mas só aparente. O verso 8 diz : “mas faltava neles o Espírito” (o sopro (ruah Hebr.) de Deus).
· “Ouvi grande ruído de ossos se ajuntando” (verso 7). Nosso Deus na ação do seu Espírito meche com nossa estrutura, mas o barulho do emocionalismo não é suficiente.
· Os ossos viraram corpos, mas lhes faltava algo, ou melhor, alguém: A presença do Espírito Santo (Verso 14).
· Este momento me levou a pensar que estamos olhando para aquilo que podemos fazer com as nossas próprias mãos.
· Parece que a tecnologia deu mais poder ao homem. Deixou o homem mais cheio de si.
· Tudo pode enganar por sua aparência, através de frases auto ajuda, slogam, palavras de efeitos. Mas assim ainda existem corações vazios de Deus.
· O "crentês" está na boca de todos, como uma linguangem popular e não mais como verdade espirtual. Exemplo expressões como: "Tá amarrado, "Misericrcórdia Deus" e etc.. As nossas canções viraram canções populares.
“Somos corpos andando, fazendo, mas sem o Espírito”.




  • Remédios estão tomando o lugar do Consolo do Espírito


  • Empréstimos e cartões de crédito estão tomando o lugar da provisão de Deus.


  • Roupas, músicas bem planejadas e mixadas, vídeos mirabolantes estão tomando lugar do agir de convencer os corações do Espírito Santo.

Podemos estar como esses ossos sequíssimos ou podemos estar como esses corpos que estão em pé, mas falta-nos o Espírito Santo.


Obs: Gosto de todo o recurso tecnológico que temos hoje para pregar o evangelho, mas não só isto, eu preciso da presença e do poder do Espírito Santo. Sou a favor de irmos ao médico e cuidarmos de nossa saúde, o que eu não concordo são com os exageros de utilização de medicação, até mesmo no momento que Deus teria uma outra forma de nos acalmar.


O que quero dizer é que precisamos orar pra saber se estamos cometendo o erro de deixar o Espírito Santo fora da nossa convivência.




  • A bíblia nos diz que o Espírito Santo nos consolaria (estaria conosco todo o momento)


  • Nos ensinaria tudo que precisássemos aprender (João 14:26). Entendimento espiritual é claro!


  • Testificaria em nossos corações as verdades sobre Deus, Jesus e sua Palavra em dias de tantas mentiras ("Ele vos fará lembrar de tudo quanto tenho dito" palavras de Jesus.


  • Ele nos fortalecerá a vencer as nossas limitações, não deixará que fiquemos no caminho.

O Espírito Santo nos santificará para agradar a Deus
· O Espírito Santo nos dará sabedoria quando formos encurralados.
· O Espírito Santo nos dará forças quando formos tentados
· O Espírito Santo nos dará poder para fazer a vontade de Deus.

No verso 9, mesmo depois dos ossos se tornarem corpos, foi necessário soprar o Espírito sobre aqueles que ainda estavam mortos para que vivessem.

· Precisa ter vida em mim, para que tenha vida dentro da minha casa.
· Hoje podemos perguntar ao Senhor. Será que ainda posso acreditar em uma mudança na minha vida?
o Como disse o profeta Ezequiel no verso 3 deste texto: “tu o sabes Senhor”.


Vejamos que exitem várias possibilidades numa vida cheia do Espírito Santo, onde Ele controla o nosso ser. Abaixo estão outros textos para reflexão.




  • Isaias 11:2 A mesma ação do Espírito no Messias, também é para nós


  • Isaías 61:1 “O Espírito do Senhor está sobre mim...”


  • Zacarias 4:1-10 “Não por força e nem por violência, mas pelo um Espírito diz o Senhor”.


  • Romanos 8:26 Ele intercede por nós.

Que Deus os abençoe.



Pr. Anderson Neri

terça-feira, 27 de outubro de 2009

Sendo uma árvore com folhas e frutos


Como é importante entendermos o âmago da nossa vida em Cristo. Não devemos viver de aparências, mas aquilo que cremos deve mudar a nossa maneira de viver.

Cristo é a razão e a referência da nossa mudança de coração. Viver dando frutos é a evidência de que Cristo é o Senhor das nossas vidas.

Jesus mesmo disse:
João 14: 5 "Eu sou a videira, vós, os ramos. Quem permanece em mim, e eu, nele, esse dá muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer".
Esta é razão da nossa vida, portanto o nosso foco precisa estar em viver em intimidade com Jesus.
Neste mês estaremos lendo o livro Folhas e Frutos do Pastor Enéas Tognini. Que fala sobre o texto que Jesus amaldiçoa a figueira, diferenciando uma vida que vive de aparências e uma vida que vive do que crê.
Você está convidado a aprender mais sobre a vida de intimidade com Cristo, assim saber como você poderá se enquadrar na vontade de Deus.

Pr. Anderson

segunda-feira, 11 de maio de 2009

Como entender a unidade?




João 17:23 eu neles, e tu em mim, a fim de que sejam aperfeiçoados na unidade, para que o mundo conheça que tu me enviaste e os amaste, como também amaste a mim.





Estas palavras de Jesus devem ser vista com carinho e atenção. Nós estávamos num devocional deste domingo dia 10 de maio e o assunto que mais saiu em nossa discussão foi a questão da unidade. Nós ressaltamos alguns pontos para nossa avaliação.





  1. A unidade já existe em Deus, em Jesus e no Espírito Santo e não, ainda deve ser construída, pois é a vontade de Deus para o seu povo.


  2. Através do livro "uma vida com propósito" analisamos que o campo de teste da nossa nova vida, sendo que esta é uma preparação para eternidade, são os nossos relacionamentos dentro e fora da Igreja.


  3. E o lugar de manisfestar a glória de Deus e a presença de Cristo em nossa Igreja é na comunhão dos irmãos. Nào existe outra forma melhor de expressar a unção de Deus, do que quando um irmão é usado pelo Espírito Santo para edificar a vida do outro.


Como Jesus desejou a nossa unidade, façamos nós também a nossa parte de nos submeter ao Espírito Santo para que assim sejamos capacitados a viver uma vida de unidade no Corpo de Cristo.



Um abraço e boa semana para todos.



Que o Senhor abençoe a vida de vocês.



Pr. Anderson



sábado, 9 de maio de 2009

Estamos chegando ao fim desta etapa.


Paz queridos.


Amanhã estaremos no último dia do nosso propósito de 40 dias para mais intimidade com Cristo.


Quero parabenlizar aqueles que estão levando a sério este propósito, sabedores que o único a ser beneficiado é ele mesmo. Deus tem suas ricas bençãos para derramar sobre nós, para isto precisamos conhecê-las e para conhecê-las precisamos abrir o nosso coração para a sua Palavra.

Que o Senhor continue nos dirigindo nesta caminhada rumo a estatura do varão perfeito em Cristo e que assim possamos aceitar mais desafios de andar com Cristo e oferecer nossa vidas em seu altar.




Abraços.


Pr. Anderson

terça-feira, 5 de maio de 2009

Dia 36 - Feito para uma missão

Do mesmo modo que me deste uma missão no mundo, eu dei a eles uma missão no mundo.
João 17.18; Msg

A coisa mais importante é que eu cumpra minha missão, o trabalho que o Senhor Jesus me deu para fazer.
Atos 20.24; Msg

Você foi feito para uma missão.
Deus está atuando no mundo e quer que você se junte a ele. Essa atribuição é conhecida como sua missão. Deus quer que você tenha tanto um ministério no corpo de Cristo quanto uma missão no mun­do. Seu ministério é seu serviço junto aos que crêem,1 e sua missão é seu serviço junto aos que não crêem. Cumprir sua missão no mundo é o quinto propósito de Deus para sua vida.
A missão de sua vida é tanto comum quanto específica. Parte dela é uma responsabilidade compartilhada com todos os outros cristãos, e a outra parte é uma tarefa separada exclusivamente para você. Veremos ambas as partes nos próximos capítulos.
A palavra “missão” tem sua raiz na palavra latina para “remeter”, ou “enviar”. Ser cristão inclui ser enviado ao mundo como represen­tante de Jesus Cristo. Jesus disse: Assim como o Pai me enviou, eu os envio.2
Jesus entendeu nitidamente a missão de sua vida sobre a terra. Quando estava com doze anos de idade, ele disse: Não sabeis que me convém tratar dos negócios de meu Pai3 e, 21 anos mais tarde, mor­rendo na cruz, ele disse: Está consumado.4 Como capa e contracapa de um livro, essas duas declarações emolduram uma vida plena, que foi dirigida por um propósito. Jesus completou a missão que lhe foi confiada pelo Pai.
A missão de Jesus na terra agora é nossa missão, pois somos o corpo de Cristo. Por que devemos continuar na igreja, que é seu corpo espiritual, o que ele fez em seu corpo físico? Que missão é essa? Apresentar Deus às pessoas! A Bíblia diz: Deus [...] por meio de Cristo, nos transforma de inimigos em amigos dele. E Deus nos deu a tarefa de fazer com que os outros também sejam amigos dele.5
Deus quer resgatar os seres humanos de Satanás e reconciliá-los consigo, para que possamos cumprir os cinco propósitos para os quais ele nos criou: amá-lo, ser parte de sua família, tornar-nos semelhantes a ele, servi-lo e contar aos outros a respeito dele. Uma vez que perten­çamos a ele, Deus nos usará para alcançarmos outras pessoas. Ele nos salva e então nos envia. A Bíblia diz: Estamos aqui falando em nome de Cristo.6 Somos os mensageiros de Deus e espalhamos as boas-no­vas de seu amor e de seus propósitos para o mundo.

A IMPORTÂNCIA DE SUA MISSÃO

Cumprir sua missão na terra é parte essencial de viver para a glória de Deus. A Bíblia apresenta várias razões pelas quais sua missão é tão importante.

Sua missão é uma continuação da missão de Jesus sobre a terra. Como seus seguidores, devemos continuar o que Jesus começou.
Jesus não nos chama apenas para vir a ele, mas também para ir por ele. Sua missão é tão importante que Jesus a repetiu cinco vezes, de cinco formas diferentes, em cinco livros diferentes da Bíblia.7 É como se ele estivesse di­zendo: “Eu realmente quero que você leve isso a sério”! Estude essas cinco incumbências dadas por Jesus, e você aprenderá os detalhes de sua missão na terra — quando, onde, por que e como.
Na Grande Comissão, Jesus disse: Vão e façam discípulos de to­das as nações, batizando-os em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, ensinando-os a obedecer a tudo o que eu lhes ordenei.8 Essa incumbência foi dada a todos os seguidores de Jesus, não somente a pastores e missionários. Esse é o seu compromisso com Jesus, e não se trata de algo opcional. As palavras de Jesus não são a “Grande Sugestão”. Se você faz parte da família de Deus, sua missão é com­pulsória. Desprezá-la seria um ato de desobediência.
Você talvez não esteja ciente de que Deus o pôs como responsável pelos incrédulos que vivem a sua volta. A Bíblia diz: Você deve ad­verti-los para que eles possam viver. Se você não falar, não advertir os ímpios a parar de praticar o mal, eles morrerão em seus pecados, mas eu colocarei sobre você a responsabilidade pela morte deles.9 Você pode ser o único cristão que algumas pessoas jamais irão co­nhecer, e sua missão é contar a eles sobre Jesus.

Sua missão é um privilégio formidável. Embora seja uma gran­de responsabilidade, é também uma incrível honra ser usado por Deus. Paulo disse: Todas essas novas vêm de Deus, que nos trouxe de volta a si mes­mo por meio daquilo que Cristo Jesus fez. E Deus nos deu o privilégio de insistir com todos para que se tornem aceitáveis dian­te dele e se reconciliem com ele.10 Sua mis­são envolve dois grandes privilégios: trabalhar com Deus e represen­tá-lo. Somos parceiros de Deus na construção de seu Reino. Paulo nos chama colaboradores e diz que somos companheiros de traba­lho no serviço de Deus.11
Jesus assegurou nossa salvação, aceitou-nos em sua família, deu-nos seu Espírito Santo e então nos tornou seus representantes no mundo. Que privilégio! A Bíblia diz: Somos representantes de Cristo. Deus nos usa para persuadir homens e mulheres a deixar de lado suas diferenças, a entrar no trabalho de Deus e a fazer as coisas corretas entre eles. Estamos falando por Cristo agora: Tornem-se ami­gos de Deus.12

Contar aos outros como obter a vida eterna é a melhor coisa que você pode fazer por eles. Se seu vizinho tivesse câncer ou aids e você soubesse a cura, seria criminoso reter tal informação. Ainda pior seria guardar segredo sobre o caminho para o perdão, o propó­sito, a paz e a vida eterna. Temos a melhor de todas as novidades do mundo, e partilhá-la é o maior carinho que podemos mostrar a qual­quer um.
Um problema dos cristãos que se converteram há muito tempo é terem esquecido de como é viver sem Cristo. Devemos nos lembrar de que, não importa quanto as pessoas pareçam estar felizes e bem-sucedidas, sem Cristo, elas estão irremediavelmente destinadas à separação eterna de Deus. A Bíblia diz que Jesus é o único que pode salvar o ser humano.13 Todos precisam de Jesus.

O valor de sua missão é eterno. Ela fará diferença no destino eterno das outras pessoas; logo, é mais importante que qualquer emprego, realização ou objetivo que você possa alcançar durante sua vida na terra. As conseqüências de sua missão irão durar para sempre, mas as conseqüências de seu emprego não. Nada que você faça pode ser mais importante que ajudar as pessoas a estabelecer um relacionamento eterno com Deus.
Por isso precisamos ser diligentes com nossa missão. Jesus disse: Todos nós devemos rapidamente cumprir as tarefas que nos foram entregues por aquele que me enviou, pois resta pou­co tempo antes que caia a noite e todo trabalho che­gue ao fim.14 O relógio que controla a missão de sua vida está correndo, então não perca mais um dia. Inicie agora sua missão de trazer outras pessoas a Cristo! Teremos toda a eternidade para celebrar com aqueles que trouxemos a Jesus, mas só temos o período de nossa vida para alcançá-los.
Isso não significa que você tenha de desistir de seu trabalho para se tornar evangelista em tempo integral. Deus deseja que você parti­lhe as boas-novas no lugar onde estiver. Estudante, mãe e dona-de-casa, professor, vendedor, gerente: qualquer que seja a sua ativida­de, você deve sempre buscar as pessoas que Deus coloca em seu caminho, e com elas partilhar o evangelho.

Sua missão traz significado à sua vida. William James disse: “O melhor uso que se pode dar à vida é empregá-la em algo que sobrevi­va a ela”. A verdade é que somente o Reino de Deus irá permanecer. Todo o resto acabará desaparecendo. É por isso que devemos ter uma vida dirigida por propósitos — vidas empenhadas na adora­ção, na comunhão, no crescimento espiritual, no ministério e no cumprimento de nossa missão na terra. Os resultados dessas ativi­dades irão durar — e para sempre!
Se falhar em cumprir a missão que Deus lhe deu na terra, você terá desperdiçado a vida que Deus lhe concedeu. Paulo disse: Minha vida não tem nenhum valor, a menos que eu a use para realizar a obra que me foi confiada pelo Senhor Jesus — obra de contar aos outros as boas-novas sobre a maravilhosa bondade e sobre o amor de Deus.15 Existem pessoas neste planeta que somente você poderá alcançar, em virtude de onde você vive e do que Deus o fez ser. Se ao menos uma pessoa for para o céu por causa de você, sua vida terá sido relevante para a eternidade. Comece a olhar em torno, em seu campo missionário pessoal, e ore: “Deus, quem você pôs na minha vida para que eu contasse a respeito de Jesus?”.

O cronograma de Deus para a finalização da história está rela­cionado à conclusão de nossa incumbência. Hoje em dia, há um interesse crescente na segunda vinda de Cristo e no fim do mundo. Quando isso ocorrerá? Logo antes de Jesus ter subido aos céus, os discípulos lhe fizeram a mesma pergunta, e a resposta foi bastante reveladora. Ele disse: Não lhes compete saber os tempos ou as datas que o Pai estabeleceu pela sua própria autoridade. Mas receberão poder quando o Espírito Santo descer sobre vocês, e serão minhas testemunhas em Jerusalém, em toda a Judéia e Samaria, e até os confins da terra.16
Quando os discípulos quiseram conversar sobre as profecias, Jesus rapidamente mudou a conversa para o evangelismo. Ele que­ria que eles se concentrassem em sua missão no mundo. Em essên­cia, ele disse: “Os detalhes da minha volta não são da sua conta. O que é da conta de vocês é a missão que lhes foi dada. Concentrem-se nisso!”.
Especular sobre o momento exato do retorno de Cristo é inútil, pois Jesus disse: Quanto ao dia e à hora ninguém sabe, nem os anjos dos céus, nem o Filho, senão somente o Pai.11 Como Jesus afirmou não saber nem o dia nem a hora, por que você deveria tentar calculá-lo? O que sabemos com certeza é isto: Jesus não irá voltar até que todas as pessoas que Deus separou para ouvir sua Palavra a tenham ouvido. Jesus disse: As boas-novas sobre o Reino de Deus serão pre­gadas em todo o mundo e a todas as nações. Depois virá o fim.18 Se você quer que Jesus volte o mais rápido possível, concentre-se em cumprir sua missão, e não em desvendar a profecia.
É fácil nos distrairmos e desviarmos de nossa missão, porque Satanás nos prefere fazendo qualquer coisa, exceto partilhando a fé. Ele o deixará fazer todo tipo de boa ação, contanto que não leve ninguém para o céu consigo. Mas, no ins­tante em que você começar a levar sua missão a sério, fique certo de que o Diabo irá lançar todo tipo de distração contra você. Quando isso acontecer, lembre-se das pala­vras de Jesus: Todo aquele que se deixa desviar do trabalho que eu planejo para ele, não está apto para o Reino de Deus.19

Quanto lhe custará cumprir sua missão
Cumprir sua missão irá exigir que você abandone seus planos pesso­ais e assuma os planos de Deus para sua vida. Você não pode ape­nas acumulá-la com todas as outras coisas que gostaria de fazer. Você deve dizer, tal qual disse Jesus: Pai [...] não seja feita a minha vontade, mas a tua.20 Submeta seus privilégios, expectativas, sonhos, planos e ambições a Deus. Pare de fazer orações egoístas como: “Deus, abençoe o que quero fazer”. Em vez disso, ore: “Deus, ajude-me a fazer o que estás abençoando”! Entregue a Deus uma folha em bran­co, com seu nome assinado embaixo e peça para ele preencher. A Bíblia diz: Antes entreguem-se inteiramente a Deus — o corpo todo — pois que vocês voltaram da morte e desejam ser instrumentos nas mãos de Deus, usados para seus bons propósitos.21
Comprometendo-se com a realização de sua missão, aconteça o que acontecer, você irá experimentar a bênção de Deus de uma forma que poucas pessoas já experimentaram. Não há quase nada que Deus não faça pelo homem ou mu­lher que se comprometer em servir o Reino de Deus. Jesus prometeu: [Deus] lhes dará tudo de que preci­sam no dia-a-dia se vocês viverem para ele e fizerem do Reino de Deus a sua preocupação primária.22

“Mais um para Jesus”
Meu pai foi pastor por mais de cinqüenta anos, servindo principal­mente em igrejas pequenas da zona rural. Ele era um simples prega­dor, mas era um homem com uma missão. Sua atividade favorita era levar equipes de voluntários ao exterior, a fim de erguer igrejas para pequenas congregações. Durante sua vida, papai ergueu mais de 150 igrejas por todo o mundo.
Em 1999, meu pai morreu de câncer. Na última semana de vida, a doença o mantinha acordado em estado de semiconsciência, quase 24 horas por dia. Quando sonhava, falava alto sobre o que estava sonhando. Sentado ao lado de sua cama, aprendi muito sobre meu pai, apenas escutando seus sonhos. Ele revivia seus projetos de cons­trução, um após o outro.
Certo dia, já próximo ao fim, enquanto minha esposa, minha sobrinha e eu estávamos ao seu lado, papai ficou subitamente agita­do e tentou levantar-se da cama. Logicamente, ele estava muito fra­co, e minha esposa insistiu em que ele voltasse a se deitar. Mas ele insistia em tentar sair da cama, então minha esposa acabou por perguntar: “Jimmy, o que você está querendo fazer?”. Ele respondeu: “Tenho de salvar mais um para Jesus! Tenho de salvar mais um para Jesus! Tenho de salvar mais um para Jesus!”. Ele começou a repetir essa frase sem parar.
Na hora que se seguiu, ele provavelmente repetiu a mesma frase mais de cem vezes. “Tenho de salvar mais um para Jesus!” Quando me sentei próximo a sua cama, com as lágrimas escorrendo, inclinei a cabeça para agradecer a Deus pela fé de meu pai. Naquele momen­to, papai estendeu o braço, pôs sua frágil mão sobre minha cabeça e disse, como se estivesse me comissionando: “Salve mais um para Jesus! Salve mais um para Jesus!”.
Pretendo que esse seja o lema do resto da minha vida. E também o convido a considerar esse objetivo o foco de sua vida, porque nada fará diferença maior na eternidade. Se você quer ser usado por Deus, deve se importar com o que mais importa para Deus; e o que mais importa para ele é a redenção das pessoas que ele fez. Ele quer que seus filhos perdidos sejam encontrados! Nada interessa mais a Deus; a cruz prova isso. Oro para que você esteja sempre atento, a fim de alcançar “mais um para Jesus”, de maneira que, no dia em que você estiver diante de Deus, você possa dizer: “Missão cumprida”.

Trigésimo Sexto Dia
Pensando sobre meu propósito

Um tema para reflexão: Fui feito para uma missão.

Um versículo para memorizar: Portanto, vão e façam discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo, ensinando-os a obede­cer a tudo o que eu lhes ordenei. E eu estarei sempre com vocês, até o fim dos tempos (Mateus 28.19,20; nvi).

Uma pergunta para meditar: Que temores me impedem de cumprir a missão da qual fui incumbido por Deus? O que me impede de contar aos outros as boas-novas?
(Extraído do livro "Uma vida com propósito" do pastor Rick Warren)

Dia 35 - O PODER DE DEUS NA FRAQUEZA

Somos fracos [...] mas, pelo poder de Deus, viveremos com ele para servir vocês.
2 Coríntios 13.4; nvi

Eu estou com você; isso é tudo que você precisa.
2 Coríntios 12.9a; bv

Deus realmente gosta de usar pessoas fracas.
Todo o mundo tem fraquezas. Na verdade, você tem uma coleção de defeitos e imperfeições: físicas, emocionais, intelectuais e espiritu­ais. Você também pode viver situações incontroláveis que o enfraque­cem, como obstáculos financeiros e de relacionamentos. O mais im­portante é o que você faz com isso. Normalmente, negamos nossas fraquezas, as defendemos, damos desculpas, escondemos — e torna­mos a senti-las. Isso impede que Deus as use da forma que deseja.
Deus tem uma perspectiva diferente de sua fraqueza. Ele diz: Os meus caminhos são mais altos do que os seus caminhos, e os meus pensamentos, mais altos do que os seus pensamentos;1 então, ele muitas vezes age de forma diametralmente oposta ao que espera­mos. Imaginamos que Deus quer usar somente nossos pontos fortes; mas ele também quer usar nossas fraquezas para sua glória.
A Bíblia diz: Deus escolheu [...] para envergonhar os poderosos [...] o que o mundo acha fraco.2 Suas fraquezas não são um acidente. Deus as permitiu em sua vida deliberadamente, a fim de demonstrar seu poder por meio de você.
Deus nunca ficou impressionado com a força ou a auto-suficiência. Aliás, ele é atraído por pessoas que são fracas e admitem isso. Jesus considera os que reconhecem as próprias necessidades, “pobres em espírito”. Essa foi a primeira atitude a ser abençoada por ele.3
A Bíblia é cheia de exemplos sobre como Deus adora usar pessoas comuns e imperfeitas para realizar coisas extraordinárias, a despeito de suas fraquezas. Se Deus só utilizasse pessoas perfeitas, nada ja­mais seria realizado, porque nenhum de nós é impecável. Deus utiliza pessoas imperfeitas: esse é um fato animador para todos nós.
A fraqueza, ou “espinho”, como Paulo a chamou,4 não é um peca­do ou vício de caráter que você possa mudar, como, por exemplo, exagerar na comida ou ser impaciente. A fraqueza é qualquer limitação que você herdou ou não tem meios de alterar. Po­derá ser uma limitação física, como uma deficiência, uma doença crônica, a vita­lidade naturalmente baixa ou uma inaptidão. Poderá também ser uma limitação emocional, como a seqüela de um trauma, uma lembrança dolorosa, um comportamento peculi­ar ou algum fator hereditário. Ou poderá ainda ser uma limitação intelectual ou de suas habilidades. Nem todos somos absolutamen­te brilhantes ou talentosos.
Quando você pensa nas limitações de sua vida, pode sentir-se tentado a concluir: “Deus nunca poderia me usar”. Mas Deus jamais fica limitado pelas nossas limitações. Aliás, ele gosta de pôr seu grande poder em embalagens comuns. A Bíblia diz: Somos como va­sos de barro nos quais esse tesouro é armazenado. O poder real vem de Deus, e não de nós.5 Como a cerâmica comum, somos frágeis, falhos e quebramos com facilidade. Mas Deus irá nos usar, se permi­tirmos que ele trabalhe por meio das nossas fraquezas. Para que isso aconteça, devemos seguir o exemplo de Paulo.

Admita as suas fraquezas. Confesse suas imperfeições. Pare de fingir que é perfeito e seja honesto sobre si mesmo. Em vez de viver dando desculpas e se recusando a aceitar, identifique sem pressa suas fraquezas pessoais. Você pode até fazer uma lista delas.
Duas grandes confissões do Novo Testamento demonstram o que é necessário para uma vida saudável. A primeira foi de Pedro, que disse a Jesus: Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo.6 A segunda con­fissão foi feita por Paulo, que disse a uma multidão que o idolatra­va: Nós também somos humanos como vocês.7 Se você quer que Deus o use, deve saber quem é Deus e quem é você. Muitos cristãos, princi­palmente líderes, esquecem da segunda verdade: somos apenas hu­manos! Se forem necessários problemas graves para que você admita isso, Deus não irá hesitar em permiti-los, porque ele ama você.

Regozije-se na sua fraqueza. Paulo disse: Portanto, eu me sinto muito feliz em me gabar das minhas fraquezas, para que assim a proteção do poder de Cristo esteja comigo. Eu me alegro também com as fraquezas [...] pelas quais passo por causa de Cristo.8 Em princípio, isso não faz nenhum sentido. Queremos ser libertos de nossas fraquezas, e não nos regozijarmos nelas! Mas o regozijo é uma manifestação da fé na bondade de Deus. É como se ele dissesse: “Deus, eu sei que você me ama e sabe o que é melhor para mim”.
Paulo nos dá várias razões para ficarmos felizes com as fraque­zas que nasceram conosco. Primeiro, elas nos fazem depender de Deus. Falando a respeito da própria fraqueza, que Deus se recusou a eliminar, Paulo disse: Já que eu sei que tudo é para o bem de Cristo, sinto-me bem feliz com o “espinho”, e com os insultos, as durezas, as perseguições e as dificuldades; porque, quando estou fraco, então sou forte — quanto menos tenho, mais dependo dele.9 Sempre que se sentir fraco, Deus o estará relembrando de que você depende dele.
Nossas fraquezas também previnem a arrogância. Elas nos man­têm humildes. Paulo disse: Para que eu não ficasse muito orgulhoso, me foi dado o dom de uma deficiência, para me colocar em constan­te contato com minhas limitações.10 Deus em muitos casos junta uma grande fraqueza com uma grande força para manter nosso ego sob controle. A limitação pode agir como o controlador que nos im­pede de ir rápido demais e passar à frente de Deus.
Quando Gideão recrutou um exército de 32 mil homens para com­bater os midianitas, Deus os reduziu a apenas trezentos homens. Isso fez que suas chances no combate contra as tropas inimigas, que possuía 135 mil homens, fi­cassem reduzidas à proporção de 1 para 450. Isso, aparentemente, era a receita para a ruína, mas Deus agiu assim para que Israel soubesse que havia sido o poder de Deus, e não a força deles, que os havia salvado.
Nossas fraquezas também incentivam a comunhão entre os cren­tes. Enquanto a força gera um espírito independente (“Não preciso de mais ninguém”), nossas limitações demonstram quanto precisa­mos uns dos outros. Quando tecemos as frágeis fibras de nossa vida, uns com os outros, surge uma corda de grande força. Vance Havner brincava: “Os cristãos são como flocos de neve: isolados, são frágeis, mas, juntos, param o trânsito”.
Acima de tudo, nossas fraquezas aumentam nossa capacidade de ministrar e de sentir compaixão. Elas nos tornam mais propensos a ser atenciosos e a sentir compaixão pelas fraquezas dos outros. Deus quer que você tenha sobre a terra um ministério semelhante ao de Cristo. Isso significa que as outras pessoas deverão achar cura em suas feridas. Suas mais profundas mensagens de vida e seu minis­tério mais eficiente surgirão de suas dores mais profundas. As coi­sas que o deixam mais constran­gido, mais envergonhado, as quais você reluta em partilhar, são os mesmos instrumentos que Deus usará com mais poder para curar os outros.
O grande missionário Hudson Taylor disse: “Todos os gigantes de Deus são pessoas fracas”. A fra­queza de Moisés era seu gênio. Em virtude de seu temperamento, ele assassinou um egípcio, feriu a rocha com a qual deveria conversar e quebrou as tábuas dos Dez Mandamentos. Ainda assim, Deus trans­formou Moisés em um homem muito paciente, mais do que qualquer outro que havia na terra.11
As fraquezas de Gideão eram a baixa auto-estima e profunda insegurança, mas Deus o transformou em um ... poderoso homem de valor.12 A fraqueza de Abraão era o medo. Não uma, mas duas vezes, ele afirmou que a esposa era sua irmã para se proteger. Mas Deus transformou Abraão no pai de todos os que crêem.13 Impulsivo e sem força de vontade, Pedro se tornou pedra,14 o adúltero Davi se tornou homem segundo o meu coração15 e João, um dos arrogantes “Filhos do Trovão”, se tornou o “Apóstolo do Amor”.
A lista poderia seguir interminavelmente. Não tenho tempo para falar de Gideão, Baraque, Sansão, Jefté, Davi, Samuel e os profetas, os quais pela fé [...] da fraqueza tiraram força.16 Deus é especialista em transformar fraqueza em força. Ele quer pegar sua maior fraque­za e transformá-la.

Partilhe suas fraquezas de forma sincera. O ministério começa com a vulnerabilidade. Quanto mais você abaixa a guarda, tira a más­cara e conta suas lutas, mais Deus poderá usá-lo para servir aos outros. Paulo foi um exemplo de vulnerabilidade em todas as suas car­tas. Ele contava abertamente.

• Suas falhas: Quando quero fazer o bem, não o faço e, quando tento não cometer erros, acabo errando do mesmo jeito.17
• Seus sentimentos: Meus queridos amigos de Corinto! Eu con­tei-lhes tudo quanto sentia; eu os amo de todo o coração.18
• Suas frustrações: Fomos esmagados e totalmente oprimidos. Pensamos que jamais iríamos sobreviver àquela situação.19
• Seus medos: Quando vim até vocês, eu estava fraco, amedron­tado e trêmulo.20

É lógico que a vulnerabilidade é arriscada. Pode ser assustador baixar as defesas e abrir a vida aos outros. Quando você expõe seus fracassos, sentimentos, frustrações e temores, você arrisca ser rejei­tado. Mas os benefícios valem o risco. A vulnerabilidade liberta emo­cionalmente. Quando nos abrimos, aliviamos a tensão e dissipamos nossos medos, o que é o primeiro passo rumo à libertação.
Nós já vimos que Deus “dá graça ao humilde”, mas muitos não compreendem a humildade. Ter humildade não é se rebaixar ou ne­gar a própria força, mas ser sincero sobre suas fraquezas. Quanto mais franco você for, mais terá da graça de Deus. E também receberá graça dos outros. A vulnerabilidade é uma qualidade cativante. So­mos naturalmente atraídos por pessoas humildes. A pretensão traz aversão, mas a autenticidade atrai, e a vulnerabilidade é o caminho para a intimidade.
É por isso que Deus quer usar suas fraquezas, e não apenas seus pontos fortes. Se as pessoas só puderem ver seus pontos fortes, irão desanimar e pensar: “Bem, melhor para ele; mas nunca poderei fazer isso”. Entretanto, quando vêem Deus usá-lo apesar de suas fraquezas, animam-se e pensam: “Talvez Deus também possa usar-me”! Nossos pontos fortes criam competição, mas nos­sas fraquezas criam a vida em comunidade.
Em algum ponto da vida, você terá de decidir se quer impressionar ou influenciar as pessoas. Você pode impressionar as pessoas de longe, mas tem de chegar perto para influenciá-las; e, quando você fizer isso, elas poderão ver suas imperfeições. Não há nenhum problema. A qualidade essencial em um líder não é a perfeição, mas a credibilida­de. As pessoas devem ser capazes de confiar em você, caso contrário não o seguirão. Como você constrói credibilidade? Não fingindo ser perfeito, mas sendo sincero.

Glorie-se na sua fraqueza. Paulo disse: Duma experiência assim vale a pena gloriar-se, porém não vou fazê-lo. Vou apenas gloriar-me de quão fraco sou e quão grandioso é Deus para usar uma fraqueza dessas para sua glória.21 Em vez de posar como ícone de invencibili­dade e autoconfiança, veja a si mesmo como um troféu da graça de Deus. Quando Satanás apontar as fraquezas que você tem, concorde com ele e encha o coração de louvores a Jesus, que compreende todas as nossas fraquezas,22 e ao Espírito Santo, que nos ajuda em nossa fraqueza.23
Algumas vezes, entretanto, Deus transforma um ponto forte em fraqueza, a fim de nos usar ainda mais. Jacó foi um manipulador, passou a vida conspirando e então fugindo das conseqüências. Cer­ta noite, ele lutou com Deus e disse: “Eu não o deixarei ir enquanto não me abençoar”. Deus disse “Tudo bem”, mas então lhe deslocou a coxa do quadril. O que significa tudo isso?
Deus tocou a força de Jacó (o músculo da coxa é o mais forte do corpo humano) e a transformou em fraqueza. Daquele dia em dian­te, Jacó passou a mancar, para que jamais voltasse a fugir. Isso o forçou a depender de Deus, quer desejasse, quer não. Se você quer que Deus o abençoe e o use de forma poderosa, deverá estar disposto a mancar pelo resto da vida, pois Deus usa pessoas fracas.

Trigésimo Quinto Dia
Pensando sobre meu propósito

Um tema para reflexão: Deus opera melhor quando ad­mito minhas fraquezas.

Um versículo para memorizar: Minha graça é suficiente para você, pois o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza (2 Coríntios 12.9a; nvi).

Uma pergunta para meditar: É possível que eu esteja limitando o poder de Deus na minha vida por esconder minhas fraquezas? Sobre o que preciso ser sincero para que possa ajudar às pessoas?

Dia 34 - Pensando como servo

Meu servo Calebe pensa diferente e me segue de forma integra.
Números 14.24; ncv

Pensem de vocês mesmos tal como Cristo Jesus pensava de si mesmo.
Filipenses 2.5; Msg

Servir começa na mente.
Ser servo requer uma mudança de rumo em sua mente, uma alte­ração de postura. Deus está sempre mais interessado em por que você faz algo do que no que você faz. Atitudes contam mais que realizações. O rei Amazias perdeu a graça de Deus porque fez o que o Senhor aprova, mas não de todo o coração.1 Servos verdadeiros ser­vem a Deus com uma mentalidade que engloba cinco atitudes.

Os servos pensam mais nos outros do que em si. Os servos se concentram nas outras pessoas, e não em si. Esta é a verdadeira humildade: não pensar menos de si, mas pensar menos em si. Eles são abnegados. Paulo disse: Esqueçam de si o suficiente, para ajuda­rem ao próximo.2 É isso que significa “perder a vida” — esquecer-se de si mesmo para servir aos outros. Quando deixamos de nos con­centrar em nossas próprias necessidades, ficamos a par das necessi­dades ao nosso redor.
Jesus Esvaziou-se a si mesmo, tomando a forma de servo.3 Quan­do foi a última vez que você se esvaziou a si mesmo para benefício de alguém? Você não pode ser servo se estiver cheio de si mesmo. É somente quando nos esquecemos de nós que fazemos coisas que merecem ser lembradas.
Infelizmente, grande parte do serviço que prestamos é em causa própria. Servimos para que os outros gostem de nós, para sermos admirados ou para alcançarmos nossos objetivos. Isso é manipula­ção, e não ministério. Ficamos o tempo todo pensando, na verdade, em nós mesmos, e em como somos maravilhosos e nobres. Algumas pessoas tentam usar o serviço que fazem para barganhar com Deus: “Vou fazer isso por você, Deus, se você fizer aquilo por mim”. Os verdadeiros servos não tentam usar a Deus para seus propósitos; deixam que Deus os use para os propósitos dele.
Ser abnegado, assim como ser fiel, é uma qualidade extremamente rara. Dentre todas as pessoas que Paulo conheceu, Timóteo foi o úni­co exemplo que ele pôde apontar.4 Pensar como servo é difícil, pois en­tra em choque com o principal pro­blema de nossa vida: somos, por natureza, egoístas. Pensamos demais em nós mesmos. Por esse motivo, a humildade é uma luta diária, uma lição que temos de reaprender repetidamente. As oportunidades de ser servos colocam-se à nossa frente dezenas de vezes por dia, nas quais temos a chance de decidir entre satisfazer as nossas necessida­des e as necessidades dos outros. A abnegação é a essência do serviço. Podemos avaliar nosso coração, ver se somos servos pela forma de reagirmos quando os outros nos tratam como servos. Como você reage quando as pessoas não o levam em consideração, lhe dão or­dens o tempo todo ou o tratam como alguém inferior? A Bíblia diz: Se alguém tirar injustamente vantagem de você, use a oportunidade para agir como servo.5

Os servos pensam como administradores, não como donos. Os servos se lembram de que Deus é o dono de tudo. Na Bíblia, o administrador era o servo encarregado de gerenciar uma proprieda­de. José foi esse tipo de servo quando prisioneiro no Egito. Potifar confiou sua casa a José. Depois, o carcereiro confiou a prisão a José. Por fim, o faraó confiou a José toda a nação. O serviço e a adminis­tração andam juntas,6 pois Deus espera que sejamos dignos de con­fiança nas duas coisas. A Bíblia diz: O que se exige de quem tem essa responsabilidade é que seja fiel ao seu Senhor.7 Como você está lidan­do com os recursos que Deus lhe confiou?
Para tornar-se um verdadeiro servo, você terá de resolver a questão do dinheiro na sua vida. Jesus disse: Nenhum servo pode servir a dois senhores [...] Vocês não podem servir a Deus e ao Dinheiro.8 Ele não disse “Vocês não devem”, mas “Vocês não podem”. É impossível. Viver para o ministério e viver para o dinheiro são objetivos que se excluem mutuamente. Qual deles você escolhe? Se você for servo de Deus, não pode fazer um “bico” por sua conta. Todo o seu tempo pertence a Deus. Ele exige lealdade exclusiva, e não fidelidade de meio expediente.
E o dinheiro que tem o maior potencial para substituir Deus na nossa vida. Mais pessoas são desviadas do serviço de Deus pelo materialismo do que por qualquer outra coisa. Elas dizem: “Após ter atingido meus objetivos financeiros, vou servir a Deus”. É uma deci­são tola, pela qual se arrependerão por toda a eternidade. Quando Jesus é seu Mestre, o dinheiro serve você, mas, se o dinheiro for seu mestre, você se torna escravo dele. A riqueza não é absolutamente um pecado, mas deixar de usá-la para a glória de Deus o é. Os servos de Deus sempre se preocupam mais com o ministério do que com o dinheiro.
A Bíblia é extremamente clara: Deus usa o dinheiro para saber se você é um servo fiel. Foi por isso que Jesus falou mais sobre o dinhei­ro do que sobre o céu ou o inferno. Ele disse: Assim, se vocês não forem dignos de confiança em lidar com as riquezas deste mundo ímpio, quem lhes confiará as verdadeiras riquezas? 9 A forma de você gerenciar seu dinheiro afeta a quantidade de bênçãos que Deus der­rama sobre sua vida.
No capítulo 31, mencionei dois tipos de pessoas: construtores do Reino e construtores de riquezas. Ambos são bons em fazer os negó­cios crescerem, fechar acordos ou vendas e obter lucro. Os construto­res de riquezas continuam a acumular fortunas para si, indepen­dentemente de quanto tenham alcançado, mas os construtores do Reino mudam as regras do jogo. Eles ainda tentam ga­nhar tanto dinheiro quanto for possível, mas fazem isso para distribuí-lo. Usam a riqueza para financi­ar a igreja de Deus e a sua missão no mundo.
Na Saddleback, temos um grupo de diretores de em­presas e donos de negócios que tentam fazer o melhor que podem, então fazem doações à medida de suas possibilidades, para promover o Reino de Deus. Eu os encorajo a conversar com seu pastor e iniciar um grupo de construtores do Reino em sua igreja. Procure auxílio no “Apêndice 2”.

Servos pensam no seu trabalho, e não no que os outros estão fazendo. Eles não fazem comparações, não criticam nem competem com os outros servos ou ministérios. Estão muito ocupados reali­zando o trabalho que Deus lhes deu.
A competição entre servos de Deus é absurda por muitas razões. Estamos todos no mesmo time; nosso objetivo é fazer que a pessoa de Deus apareça de forma positiva, e não a nossa pessoa. Recebemos diferentes atribuições e temos todos uma forma exclusiva. Paulo disse: Não vamos nos comparar uns com os outros, como se um fosse melhor e o outro pior. Temos coisas muito mais interessantes para fazer com nossa vida. Cada um de nós é um ser original.10
Não há lugar para ciúmes mesquinhos entre servos. Quando você está ocupado servindo, não há tempo para ser crítico. Todo tempo desperdiçado em criticar os outros poderia ser usado no ministério. Quando Marta reclamou para Jesus que Maria não a ajudava com o traba­lho, ela perdeu seu coração de serva. Os verda­deiros servos não reclamam de injustiças, não sentem pena de si mesmos nem ficam aborrecidos com os que não servem. Eles apenas confiam em Deus e seguem servindo.

Não é nossa função avaliar os outros servos do Mestre. A Bí­blia diz: Quem é você para criticar o escravo de alguém ? O Senhor determinará se seu escravo foi bem-sucedido ou não.11 E também não é nossa função nos defendermos das críticas. Deixe que seu Mestre tome conta disso. Siga o exemplo de Moisés, que se mostrou verdadei­ramente humilde quando enfrentou oposição. Ou faça como Neemias, cuja resposta às criticas era simplesmente: Meu trabalho é muito im­portante para que eu o interrompa agora [para] conversar com vocês.12

Se você serve como Jesus, pode esperar ser criticado. O mun­do, e até mesmo grande parte da igreja, não compreende o que Deus valoriza. Um dos mais belos atos de amor demonstrados a Jesus foi criticado pelos discípulos. Maria tomou a coisa mais valiosa que pos­suía, um perfume caro, e derramou sobre Jesus. Seu generoso serviço foi chamado “desperdício” pelos discípulos, mas Jesus o chamou signi­ficativo,13 e isso é tudo o que importa. Seu serviço para Cristo nunca será um desperdício, não importa o que os outros digam.

Os servos baseiam sua identidade em Cristo. Por se lembrarem de que são amados e aceitos pela graça, não têm de provar seu valor. Eles aceitam de bom grado trabalhos que pessoas inseguras conside­rariam “abaixo” delas. Um dos mais profundos exemplos de serviço realizado a partir de uma auto-estima segura foi a lavagem dos pés dos discípulos, realizada por Jesus. Lavar os pés era equivalente a ser engraxate, função desprovida de status. Mas Jesus sabia quem era; então a tarefa não ameaçou sua auto-estima. A Bíblia diz: Jesus sabia que o Pai havia colocado todas as coisas debaixo do seu poder, e que viera de Deus [...] assim, levantou-se da mesa, tirou sua capa e colocou uma toalha em volta da cintura.14

Se você quer ser servo, deve depositar sua identidade em Cris­to. Somente pessoas seguras de si podem servir. Pessoas inseguras estão sempre preocupados com a aparência perante os outros. Elas temem a exposição de suas fraquezas e se escondem sob camadas de orgulho e pretensão. Quanto mais você for inseguro, mais irá querer que as pessoas o sirvam e mais necessitará da aprovação delas.
Henry Nouwen disse: “Para sermos úteis aos outros, temos de morrer para eles, ou seja, temos de deixar de medir nossa importân­cia e valor pelos parâmetros dos outros [...] dessa forma, ficamos livres para manifestar misericórdia”. Quando você baseia seu valor e sua identidade no seu relacionamento com Cristo, fica livre das ex­pectativas dos outros, e isso permite que você realmente os sirva melhor.

Os servos não precisam cobrir as paredes com placas e prêmios para confirmar seu valor. Eles não insistem em ser tratados por títulos nem se en­volvem em mantos de superioridade. Os servos consideram irrelevantes os símbolos de status e não medem o próprio valor pelas realizações. Paulo disse: Você pode gloriar-se de você mesmo, mas a única aprovação que conta é a do Senhor.15
Se alguém teve grande chance na vida de se gabar de seus conhe­cimentos pessoais e de citar seus relacionamentos, esse alguém foi Tiago, o meio-irmão de Jesus. Ele detinha as credenciais de quem tinha vivido com Jesus na condição de irmão. Ainda assim, na intro­dução de sua carta, ele se referiu a si mesmo como servo de Deus e do Senhor Jesus Cristo.16 Quanto mais próximo você estiver de Jesus, menos precisará promover a si mesmo.

Servos consideram o ministério uma oportunidade, não uma obrigação. Eles gostam de ajudar pessoas, suprir necessidades e ministrar. Servem ao Senhor com alegria.17 Por que eles servem com alegria? Porque amam ao Senhor, reconhecem sua graça, sabem que servir é o melhor uso que podem dar à vida e têm ciência de que Deus prometeu uma recompensa. Jesus prometeu: O Pai honrará e recompensará a qualquer um que me servir18 Paulo disse: Ele não esquece o trabalho que vocês fizeram nem o amor que lhe mostraram na ajuda que deram e ainda estão dando aos seus irmãos na fé.19
Imagine o que poderia ter acontecido, se apenas 10% dos cristãos em todo o mundo levasse a sério seu papel de servo. Imagine todo o bem que poderia ter sido feito. Você está disposto a ser uma dessas pessoas? Não importa sua idade; Deus irá usá-lo se começar a agir e a pensar como servo. Albert Schweitzer disse: “As únicas pessoas realmente felizes são aquelas que aprenderam a servir”.

Trigésimo Quarto Dia
Pensando sobre meu propósito

Um tema para reflexão: Para ser servo, devo pensar como servo.

Um versículo para memorizar: Seja a atitude de vocês a mesma de Cristo Jesus (Filipenses 2.5; nvi).

Uma pergunta para meditar: Normalmente, preocupo-me mais em ser servido ou em achar maneiras de servir os outros?
(extraído do Livro "Uma vida com propósito" do pastor Rick Warren)

sexta-feira, 1 de maio de 2009

Dia 33 - Como os verdadeiros servos agem

Quem quiser ser o maior deve se tornar servo. Marcos 10.43; Msg

Vocês podem dizer o que eles são pelo que eles fazem. Mateus 7.16; cev

Servimos a Deus ao servir os outros.
O mundo define grandeza em termos de poder, posses, prestígio e posição. Se puder exigir que as outras pessoas o sirvam, você con­seguiu chegar lá. Em nossa cultura egoísta, com sua mentalidade do “eu primeiro”, agir como servo não é uma noção apreciada.
Jesus, entretanto, mediu a grandeza em termos de serviço, e não de posição social. Deus avalia nossa grandeza pela quantidade de pessoas que servimos, não pela quantidade de pessoas que nos ser­vem. Isso é tão oposto à idéia de grandeza do mundo que é difícil compreender, quanto mais praticar. Os discípulos debateram sobre quem merecia a posição de maior destaque, e, dois mil anos depois, líderes cristãos ainda fazem manobras em busca de posição e proeminência nas igrejas, denominações e organizações pareclesiásticas. Milhares de livros têm sido escritos sobre a atividade do líder, mas poucos sobre a atividade do servo. Todos querem liderar, mas ninguém quer ser servo. Preferimos ser generais a ser soldados rasos. Até mesmo os cristãos querem ser “líderes-servos”, e não apenas sim­ples servos. Mas ser como Jesus é ser servo. Foi assim que ele chamou a si mesmo.
Embora conhecer a FORMA seja importante para servir a Deus, ter o coração de servo é ainda mais importante. Lembre-se: Deus o formou para servir, e não para ser egoísta. Sem o coração de servo, você será tentado a empregar mal sua FORMA, usando-a para vanta­gens pessoais. Você será também tentado a usá-la como desculpa, para se eximir de satisfazer algumas necessidades.
É comum que Deus teste nosso coração, pedindo-nos que sirva­mos em modalidades para as quais não somos habilitados. Se você vir um homem caindo em uma vala, Deus espera que você o ajude, e não que diga: “Não tenho o dom de misericórdia ou assistência”. Embora não seja dotado para uma tarefa em particular, você pode ser chamado a realizá-la, se ninguém mais com o talento em questão estiver por perto. Seu ministério principal deve ser exercido na esfera de sua FORMA, mas seu ministério secundário é em qualquer lugar em que você seja neces­sário no momento.
Sua FORMA revela seu ministério, mas seu coração de servo reve­lará sua maturidade. Não é necessário nenhum talento especial para ficar após uma reunião e coletar o lixo ou empilhar cadeiras. Qual­quer um pode ser servo. Caráter é a única coisa necessária.
É possível servir na igreja durante toda uma vida sem jamais ter sido servo. Deve-se ter o coração de servo. Como você pode saber se possui coração de servo? Jesus disse: Vocês podem dizer o que eles são pelo que eles fazem.1

Os verdadeiros servos estão à disposição para servir. Eles não preenchem seu tempo com outras atividades que possam limitar sua disponibilidade. Querem estar prontos a servir imediatamente quando são chamados. Semelhante ao soldado, o servo deve estar sempre pronto para o dever: Nenhum soldado se deixa envolver pe­los negócios da vida civil já que deseja agradar aquele que o alistou.2 Se você só serve quando lhe é conveniente, então não é um servo de verdade. Verdadeiros servos fazem o que é necessário mes­mo quando é inconveniente.
Você está disponível para Deus a qualquer momento? Ele pode estragar seus planos sem que você fique ressentido? Como servo, você não pode ser seletivo sobre quando e onde irá servir. Ser servo significa desistir do direito de controlar sua agenda e permitir que Deus a interrompa sempre que precisar.
Se ao início de cada dia você relembrar que é servo de Deus, as interrupções não serão muito frustrantes, pois sua agenda será for­mada por qualquer coisa que Deus quiser colocar na sua vida. Os servos vêem interrupções como compromissos divinos para o minis­tério, e ficam felizes com a oportunidade de servir na prática.

Os verdadeiros servos prestam atenção às necessidades. Os ser­vos estão sempre atentos a formas de ajudar os outros. Quando vêem uma necessidade, agarram a oportunidade de auxiliar, exatamente como a Bíblia nos ordena: Portanto, enquanto temos oportunidade, façamos o bem a todos, especialmente aos da família da fé.3 Quando Deus põe alguém em situação de necessidade bem a sua frente, ele está lhe dando a oportunidade de crescer como servo. Repare que Deus diz que as necessidades de sua família na igreja devem ter preferência, não devem ser colocadas no fim de sua lista de coisas a fazer.
Deixamos escapar muitas oportunidades para ser­vir porque nos falta sensibilidade e espontaneida­de. Grandes oportunidades para servir nunca duram muito. Elas passam rapidamente, e algumas vezes nunca voltam a ocorrer. Você provavelmente terá apenas uma chance de auxiliar aquela pessoa; então, aproveite a oportunida­de. Não diga ao seu vizinho que espere até amanhã, se você pode ajudá-lo hoje.4
John Wesley foi um fantástico servo de Deus. Seu lema era: “Faça todo o bem que puder, com todos os recursos de que dispuser, de todas as formas que puder, em todos os lugares que puder, sempre que puder, a todas as pessoas que puder, enquanto você puder”. Isso é grandeza. Você pode começar procurando pequenas tarefas que ninguém mais quer fazer. Faça essas pequenas coisas como se fos­sem grandes coisas, pois Deus está observando.

Os verdadeiros servos fazem o melhor que podem com o que têm à mão. Servos não dão desculpas, não deixam para a última hora, nem esperam circunstâncias melhores. Nunca dizem “Um dia destes” ou “Quando for a hora certa”. Simplesmente fazem o que precisa ser feito. A Bíblia diz: Se você ficar esperando as condições perfeitas, nunca fará nada.5 Deus espera que você faça o que puder, com o que você tem e onde quer que você esteja. Um serviço não tão perfeito é sempre melhor que a melhor das intenções.
Uma razão que impede muitas pessoas de servir é que elas te­mem não serem boas o suficiente para servir. Acreditaram na menti­ra de que servir a Deus é somente para pessoas altamente talentosas e bem-sucedidas. Algumas igrejas fomentaram esse mito ao tornar a “excelência” um ídolo, o que faz pessoas com talentos comuns hesi­tarem em se envolver.
Você já deve ter ouvido alguém dizer: “Se isso não pode ser feito com excelência, não o faça”. Bem, Jesus nunca disse isso! A verdade é que, quase tudo que fazemos é feito de modo deficiente quando começamos a fazê-lo — é assim que aprendemos. Na igreja de Saddleback, praticamos o princípio do “suficientemente bom”: não precisa ser perfeito para Deus usar e abençoar. Preferimos envolver milhares de pessoas normais no ministério do que ter uma igreja perfeita dirigida por uma pequena elite.

Os verdadeiros servos fazem qualquer tarefa com igual dedi­cação. O que quer que façam, os servos o fazem de todo o coração.6 O tamanho da tarefa é irrelevante. A única questão é: ela precisa ser feita?
Você jamais chegará a um estágio na vida em que será importan­te demais para ajudar em tarefas servis. Deus jamais irá eximi-lo do que é trivial. É uma parte vital no currículo de seu caráter. A Bíblia diz: Se você pensa ser muito importante para ajudar alguém neces­sitado, está na verdade enganando a si mesmo. Você é realmente insignificante.7 É nesses pequenos serviços que crescemos à seme­lhança de Cristo.
Jesus se especializou em tarefas servis, que todo o mundo tenta­va evitar: lavar pés, ajudar crianças, preparar o café da manhã e servir leprosos. Nada estava abaixo dele, porque ele veio para servir. Não foi apesar de sua grandeza que ele fez essas coisas, mas por causa dela, e ele espera que sigamos seu exemplo.8

Pequenas tarefas muitas vezes demonstram um grande cora­ção. Seu coração de servo se revela em pequenos atos que outros nem pensam em fazer, como quando Paulo reuniu gravetos para acender um fogo a fim de que todos se aquecessem após um naufrá­gio.9 Ele estava tão exausto como qualquer outro, mas fez aquilo de que todos precisavam. Nenhuma tarefa está abaixo de você quando você tem coração de servo.

As grandes oportunidades estão normalmente camufladas en­tre as tarefas menores. As pequenas coisas da vida determinam as grandes. Não busque realizar grandes tarefas para Deus. Tão-so­mente faça as coisas não tão grandes, e Deus o designará para qualquer coi­sa que ele queira que você faça. Mas antes de tentar o extraordinário, ten­te servir normalmente.10
Sempre haverá mais pessoas dis­postas a fazer “grandes” coisas para Deus do que pessoas dispostas a fazer pequenas coisas. A corrida para a liderança está apinhada de candidatos, mas o campo é amplo para os dispostos a ser servos. Algumas vezes você serve “de baixo para cima” àqueles que possuem autoridade, e algumas vezes você serve “de cima para baixo” àqueles que se encontram necessitados. Em ambos os casos, você desenvolve o coração de servo, quando está disposto a fazer o que for necessário.

Os verdadeiros servos são fiéis ao seu ministério. Os servos concluem suas tarefas, cumprem suas responsabilidades, mantêm suas promessas e levam a cabo seus compromissos. Não deixam um serviço feito pela metade e não desistem quando perdem o incenti­vo. São confiáveis e dignos de crédito.
A fidelidade sempre foi uma qualidade rara.11 A maioria das pes­soas não sabe o valor do compromisso. Elas firmam compromissos de forma casual, e então os quebram pela razão mais fútil sem ne­nhuma hesitação, remorso ou arrependimento. Todas as semanas, igrejas e outras organizações são obrigadas a improvisar, porque os voluntários não se prepararam, não apareceram nem mesmo liga­ram para dizer que não viriam.
As outras pessoas podem contar com você? Existem promessas que você precisa manter, votos que precisa cumprir ou compromis­sos que precisa honrar? Isso é um teste. Deus está testando sua fidelidade. Passando nesse teste, você estará em boa companhia: Abraão, Moisés, Samuel, Davi, Daniel, Timóteo e Paulo foram chama­dos servos fiéis de Deus. E ainda melhor: Deus prometeu recompen­sar sua fidelidade na eternidade. Imagine como será no dia em que Deus lhe disser: Muito bem, meu servo bom e fiel. Você foi fiel ao lidar com essa pequena quantia; portanto, agora darei a você muito mais responsabilidades. Vamos celebrar juntos.12
A propósito, servos fiéis jamais se aposentam. Eles seguirão ser­vindo fielmente enquanto viverem. Você pode se aposentar de sua carreira, mas nunca se aposentará de servir a Deus.

Os verdadeiros servos mantêm a discrição. Servos não se pro­movem nem chamam a atenção para si mesmos. Em vez de agir para impressionar e se vestir para o sucesso, eles usam um avental de humildade para servir uns aos outros!13 Sendo reconhecidos por seus serviços, eles humildemente aceitam, mas não admitem que a notoriedade os distraia, desviando a atenção de seu trabalho. Paulo expôs um tipo de serviço que aparenta ser espiritual, mas que é na verdade apenas uma simulação, um show, um ato para atrair a aten­ção. Ele chamou isso de estar servindo à vista 14 — servir para que as pessoas fiquem impressionadas com quão espiritual nós somos. Esse era o pecado dos fariseus. Eles transformavam o auxílio às pessoas, a generosidade e até mesmo a oração em espe­táculo para os outros. Jesus detestava essa ati­tude e alertou: Tenham o cuidado de não prati­car seus deveres religiosos em público, a fim de serem vistos pelos outros. Se vocês agirem as­sim, não receberão nenhuma recompensa do Pai de vocês, que está no céu.15

A autopromoção e a atividade de servir não se misturam. Os verdadeiros servos não agem pela aprovação e pelo aplauso dos outros. Vivem para uma platéia com uma única pessoa. Como Paulo disse: Se eu ainda estivesse procurando agradar a homens, não seria servo de Cristo.16

Você não achará muitos servos verdadeiros sendo o centro das atenções. Na verdade, sendo possível, eles evitam isso. Eles se satisfazem em servir silenciosamente nas sombras. José é um grande exemplo. Ele não atraiu a atenção para si, mas serviu discretamente a Potifar, a seu carcereiro, ao padeiro e ao copeiro do faraó, e Deus abençoou sua postura. Quando faraó o elevou a uma posição de importância, José ainda manteve o coração de servo, até mesmo com seus irmãos, que o haviam atraiçoado.
Infelizmente, muitos líderes de hoje começam como servos, mas terminam como celebridades. Eles se tornam viciados em atenção, sem tomar consciência de que estar sempre sob os holofotes deixa a pessoa cega.
Você pode estar servindo no anonimato em algum lugar peque­no, sentindo-se desconhecido e sem valor. Ouça: Deus o pôs onde você está por um propósito! Ele conhece o número de fios de cabelo que há na sua cabeça e sabe o seu endereço. É melhor você ficar no seu lugar até que ele opte por mudá-lo. Ele o avisará se quiser que você vá para outro lugar. Seu ministério é importante para o Reino de Deus. Quando Cristo se manifestar novamente na terra, vocês também serão manifestos com ele, em glória. Por agora, contentem-se com o anonimato.17
Existem mais de 750 halls da fama nos Estados Unidos e mais de 450 publicações do tipo “quem é quem”, mas você não irá encontrar muitos servos verdadeiros nesses lugares. A notoriedade não signi­fica nada para os servos verdadeiros, porque eles sabem a diferença entre ser proeminente e ser importante. Existem vários atributos pro­eminentes no seu corpo, sem os quais você não poderia viver. As partes escondidas de seu corpo é que são indispensáveis. O mesmo ocorre com o corpo de Cristo. O serviço mais importante é, freqüen­temente, aquele que não é visto.18
No céu, Deus irá recompensar abertamente alguns de seus servos mais desconhecidos — pessoas das quais nunca ouvimos falar na terra, que orientaram crianças emocionalmente perturbadas, limpa­ram idosos que sofriam de incontinência, cuidaram de pacientes com aids e serviram de milhares de maneiras que desconhecemos.
Sabendo disso, não desanime quando seu serviço for desconheci­do ou nem for notado. Persista em servir a Deus! Lancem-se no tra­balho do Senhor, confiantes de que nada que vocês façam para ele seja perda de tempo ou de esforço.19 Mesmo o menor serviço é reco­nhecido por Deus e recompensado. Lembre-se das palavras de Jesus: E se, como meus representantes, vocês derem até mesmo um copo d’água fria e uma criança, serão seguramente recompensados.20

Trigésimo Terceiro Dia
Pensando sobre meu propósito

Um tema para reflexão: Sirvo a Deus quando sirvo aos outros.

Um versículo para memorizar: Se vocês derem até mes­mo um copo de água fria ao menor dos meus seguidores, certamente serão recompensados (Mateus 10.42; nlt).

Uma pergunta para meditar: Qual das seis característi­cas dos verdadeiros servos é a mais desafiadora para mim?
(Extraído do livro "Uma vida com propósito" do pastor Rick Warren)

Dia 32 - Usando o que Deus lhe deu

Visto que nos descobrimos moldados nessas partes excelentemente formadas e maravilhosamente funcionais do corpo de Cristo, passemos adiante e sejamos o que fomos feitos para ser.
Romanos 12.5; Msg

O que você é, é um presente de Deus para você; o que você faz consigo, é um presente seu para Deus.
Provérbio dinamarquês

Deus merece o melhor de você.
Ele o formou para um propósito e espera que você faça o máximo com aquilo que recebeu. Ele não quer que você se aflija ou cobice talentos que não tem. Em lugar disso, ele quer que você se concentre nos talentos que ele lhe deu para usar.
Quando você tenta servir a Deus de forma não natural, é como forçar um pino quadrado em um buraco redondo. É frustrante e produz resultados limitados. Também é um desperdício de tempo, talento e energia. O melhor uso para sua vida é servir a Deus em conformidade com sua natureza. Para fazê-lo, você deve descobrir sua FORMA, aprender a aceitá-la e a apreciá-la para depois desen­volvê-la ao seu potencial máximo.

Descubra sua forma
A Bíblia diz: Não procedam imprudentemente, mas procurem desco­brir e fazer tudo que o Senhor quer que vocês façam.1 Não deixe que se passe outro dia. Comece a averiguar e a esclarecer quem Deus quer que você seja e o que ele quer que você faça.
Comece avaliando seus dons e habilidades. Analise de forma de­morada e honesta em que você é bom e em que não é. Paulo aconse­lhou: ... procurem fazer um juízo correto de suas capacidades.2 Faça uma lista. Peça às outras pessoas uma opinião justa. Diga-lhes que quer descobrir a verdade, não ganhar elogios. Dons espirituais e habi­lidades naturais são sempre confirmadas pelos outros. Se você pensa ser talentoso para ensinar ou cantar, mas ninguém mais concorda, adivinhe! Se você quiser saber se tem o dom de liderança, basta olhar por cima do ombro! Se ninguém o estiver seguindo, você não é líder.
Faça perguntas assim: “Onde pude ver frutos em minha vida que foram confirmados por outras pessoas? Onde já fui bem-sucedido?”. Exame de dons espirituais e listas de capacidades podem ter algum valor, mas estão limitadas à sua utilização. Em primeiro lugar, elas são padronizadas; logo, não le­vam em conta seu caráter exclusivo. Em segundo, não existem definições de dons espirituais na Bíblia; logo, qual­quer definição é arbitrária e normalmente representa uma ten­dência denominacional. Outro problema é que quanto mais ma­duro você se torna, maiores são as probabilidades de você manifes­tar características de vários dons. Você pode estar servindo, ensi­nando ou se dedicando generosamente em virtude de sua maturida­de, mas não por causa de um dom espiritual.
A melhor maneira de descobrir seus dons e capacidades é experi­mentar diferentes áreas de ocupação. Eu poderia ter feito uma cen­tena de testes para dons e habilidades quando era jovem, mas ja­mais descobriria que tinha o dom do ensino, porque era algo que eu nunca tinha feito! Foi somente após ter começado a aceitar convites para palestras que vi os resultados — outras pessoas confirmaram, e então percebi: “Deus me dotou para isso”!
Muitos livros apresentam o processo de descobrimento de trás para frente. Eles dizem: “Descubra seu dom espiritual, e então saberá a qual ministério deve se dedicar”. Isso na verdade funciona de forma exatamente oposta. Comece a servir, experimentando diferentes mi­nistérios, e então você descobrirá seus dons. Enquanto não estiver efetivamente envolvido em servir, não saberá em que é realmente bom.
Você tem dezenas de habilidades escondidas e dons que desconhe­ce porque nunca os pôs à prova. Por isso, eu incentivo a tentar fazer coisas que nunca fez anteriormente. A despeito de sua idade, devo exortá-lo a nunca deixar de experimentar. Conheci muitas pessoas que descobriram talentos escondidos após setenta ou oitenta anos. Conhe­ço uma mulher na casa dos noventa anos que corre e vence corridas de 10 mil metros, e não sabia que gostava de correr até completar 78 anos!
Não tente entender seus dons até ser voluntário para servir em algum lugar. Tão-somente comece a servir. Você descobre seus dons ao se envolver no ministério. Tente ensinar, liderar, organizar, tocar um instrumento ou trabalhar com adolescentes. Você nunca saberá em que é bom enquanto não tentar. Quando não der certo, chame de “experiência”, não de fracasso. Em algum momento, você irá desco­brir no que é bom.

Leve em consideração seu coração e sua personalidade. Paulo aconselhou: Faça um exame cuidadoso de quem você é e do trabalho que tem realizado; então dedique-se a isso inteiramente.3 Mais uma vez, é proveitoso colher informações de quem o conhece me­lhor. Faça perguntas a si mesmo: “O que eu realmente mais gosto de fazer? Em quais momentos me sinto mais vivo? O que estou fazendo quando perco a noção de tempo? Gosto de rotina ou de variedade? Prefiro servir em equipe ou por conta própria? Sou intro­vertido ou extrovertido? Sou racional ou emocional? De que gosto mais: competir ou cooperar?”.

Examine suas experiências e extraia lições já aprendidas. Ana­lise sua vida e pense em como ela o moldou. Moisés disse aos israe­litas: Pensem hoje na grandeza de Deus e naquilo que aprenderam a respeito do seu poder e da sua força.4 Experiências esquecidas são inúteis; eis uma boa razão para se manter um diário espiritual. Pau­lo se preocupou em que os crentes na Galácia tivessem esquecido o sofrimento pelo qual haviam passado. Ele disse: Toda as suas expe­riências foram desperdiçadas? Espero que não! 5
Nós raramente vemos o bom propósito de Deus na dor, no fracas­so ou na vergonha; enquanto o fato está ocorrendo. Quando lavou os pés de Pedro, Jesus disse: Você não compreende agora o que estou lhe fazendo; mais tarde, porém, entenderá.6 Somente em retrospecto compreendemos como Deus planejou um problema para o bem.
Extrair lições de suas experiências leva tempo. Sugiro que você tire um final de semana para um retiro de análise da vida, onde irá parar para ver como Deus trabalhou em vários momentos decisivos de sua vida e para avaliar como ele quer usar essas lições para aju­dar os outros. Existem recursos que podem auxiliá-lo a fazer isso.7

Aceite e desfrute de sua forma
Uma vez que Deus sabe o que é melhor para você, você deveria aceitar com gratidão o modo em que ele o moldou. A Bíblia diz: Mais exatamen­te, quem és tu, ó homem, para discutires com Deus? Vai acaso a obra dizer ao artífice: Por que me fizeste assim? O oleiro não pode formar da sua massa seja um utensílio para uso nobre, seja outro para uso vil? 8 Sua FORMA foi determinada soberanamente por Deus, para o pro­pósito dele, então você não deve se ressentir ou rejeitá-la. Em vez de tentar se remodelar para ser outra pessoa, você deve comemorar a FORMA que Deus deu somente a você. Entretanto, Cristo concedeu aptidões especiais a cada um de nós — qualquer coisa que ele deseja que recebamos de seu rico depósito de dons.9
Parte da aceitação de sua FORMA está no reconhecimento de suas limitações. Ninguém é bom em tudo, e ninguém é chamado para ser tudo. Todos temos papéis definidos. Paulo compreendeu que seu chamado não era para realizar tudo ou agradar a todos, mas sim para se concentrar no ministério específico para o qual Deus o havia formado.10 Ele disse: Nosso alvo é ficar dentro dos limites do que Deus planejou para nós.11
A palavra limite se refere ao fato de Deus ter destinado cada um de nós para um campo ou esfera de serviço. Sua FORMA determina sua especialidade. Quando tentamos estender nosso ministério para além do que Deus nos preparou para fazer, experimentamos pres­são. Assim como em uma corrida cada competidor recebe uma raia, devemos individualmente correr com perseverança a carreira especi­al que Deus pôs diante de nós.12 Não sinta inveja do corredor na raia ao seu lado; simplesmente se concentre em terminar sua corrida.
Deus quer que você goste de usar a FORMA que ele lhe deu. A Bíblia diz: Esteja certo de fazer o que você deveria estar fazendo, pois assim você desfrutará a satisfação pessoal de ter feito o seu trabalho bem feito e não precisará comparar-se com ninguém.13 Satanás tentará lhe roubar a alegria do serviço de duas formas: tentando-o para comparar seu ministério com os dos outros e tentando-o para adaptar seu ministério às expectativas dos outros. Ambas são ar­madilhas mortais que irão distraí-lo do serviço tal como definido por Deus. Toda vez que você começar a perder a alegria no seu ministério, comece verificando se uma dessas tentações é a causa.
A Bíblia nos adverte a jamais nos comparar com os outros: Faça bem o seu trabalho, e assim terá algo de que se orgulhar. Mas não se compare com os outros.14 Existem duas razões pelas quais você ja­mais deveria comparar sua vocação, seu ministério ou os resultados de seu ministério com o de qualquer outro. Primeiro, você sempre irá achar alguém que pareça estar fazendo um trabalho melhor que o seu, e isso irá desencorajá-lo. Ou você sempre encontrará alguém que não pareça ser tão eficiente quanto você, e então se tornará arrogante. Ambas as atitudes lhe tirarão do serviço e roubarão sua alegria.
Paulo disse que é tolice nos compararmos com os outros. Ele dis­se: Não temos a pretensão de nos igualar ou de nos comparar com alguns que se recomendam a si mesmos. Quan­do eles se medem e se comparam consigo mes­mos, agem sem entendimento.15 A paráfrase des­te versículo segundo a versão The Message [A Mensagem] diz: Em todo essa comparação, medição e competição, eles acabam perdendo o que é mais importante.16
Você irá descobrir que pessoas que não compreendem sua FOR­MA para o ministério irão criticá-lo e tentar fazê-lo corresponder ao que eles pensam que você deveria estar fazendo. Ignore-os. Paulo tinha de lidar constantemente com críticos que não compreendiam e denegriam seu serviço. Sua resposta era sempre a mesma: evite com­parações, resista aos exageros, e almeje somente os elogios de Deus.17
Uma das razões por que Paulo foi usado tão poderosamente nas mãos de Deus foi ter se recusado a ser distraído por críticas ou por comparações de seu ministério com o de outras pessoas ou a ser arrastado para debates contraproducentes sobre seu ministério. Como John Bunyan disse: “Se minha vida é infrutífera, isso não importa a quem me enaltece e, se minha vida é frutífera, isso não importa a quem me critica”.

Continue desenvolvendo sua forma
A parábola dos talentos, contada por Jesus, demonstra que Deus quer que façamos o máximo com o que ele nos dá. Devemos cultivar nossos dons e habilidades, manter nosso coração em chamas, desen­volver nosso caráter e nossa personalidade e ampliar nossas experi­ências para que sejamos cada vez mais eficientes em nosso serviço. Paulo disse aos filipenses: Continuem crescendo em conhecimento e entendimento.18 E relembrou a Timóteo: Mantenha viva a chama do dom de Deus que está em você.19
Se você não exercitar os músculos, eles enfraque­cem e atrofiam. Da mesma maneira, se não utilizar as habilidades e capacidades que Deus lhe deu, você irá perdê-los. Jesus ensinou a parábola dos talentos para enfatizar essa verdade. Aludindo ao servo que falhou em utili­zar um talento, o mestre disse: Tirem o talento dele e entreguem-no ao que tem dez.20 Deixe de usar aquilo que lhe foi dado, e você o perderá. Use a habilidade que possui, e Deus a aumentará. Paulo disse a Timóteo: Não deixe de usar as aptidões que Deus lhe deu por meio dos seus profetas quando os anciãos da igreja colocaram as mãos sobre a sua cabeça. Ponha essas aptidões em ação; atire-se às suas tarefas de tal maneira que todos percebam o seu aperfeiçoa­mento e progresso.21
Quaisquer que sejam os dons que lhe tenham sido concedidos, eles podem ser ampliados e desenvolvidos pela prática. Por exem­plo: ninguém tem o dom de ensino completamente desenvolvido. Mas com estudo, opiniões e prática, um “bom” professor pode se tornar um professor melhore, com o tempo, tornar-se um mestre do ensino. Não se acomode com dons desenvolvidos pela metade. Apren­da e se expanda o mais que puder. Concentre-se em fazer seu melhor para Deus, um trabalho do qual não tenha vergonha.22 Aproveite todas as oportunidades de treinamento para desenvolver sua FOR­MA e aguce suas habilidades para o serviço de Deus.
No céu, serviremos a Deus para sempre. Neste momento, pode­mos nos preparar para esse serviço eterno, praticando na terra. Como atletas que se preparam para as Olimpíadas, continuamos treinan­do para o grande dia: Eles fazem isso pela medalha de ouro que perde o brilho e desbota. Você está em busca da medalha de ouro eterna.23
Estamos nos preparando para responsabilidades e recompensas eternas.

Trigésimo Segundo Dia
Pensando sobre meu propósito

Um tema para reflexão: Deus merece o melhor de mim.

Um versículo para memorizar: Procure apresentar-se a Deus aprovado, como obreiro que não tem do que se en­vergonhar e que maneja corretamente a palavra da ver­dade (2 Timóteo 2.15; nvi).

Uma pergunta para meditar: Qual a melhor maneira de usar o que Deus me deu?

Dia 31 - Entendendo sua forma

Tu moldaste-me primeiro por dentro e depois por fora; tu me formaste no ventre de minha mãe.
Salmos 139.13; Msg

Somente você pode ser você.
Deus projetou cada um de nós de modo que não houvesse réplica em todo o mundo. Ninguém tem exatamente a mesma composição de fatores que o tornam exclusivo. Isso significa que ninguém mais na terra será capaz de desempenhar o papel que Deus planejou para você. Se você não fizer sua contribuição individual para o corpo de Cristo, ela não será feita. A Bíblia diz: Existem tipos diferentes de dons [...] Existem maneiras diferentes de servir [... e] Há diferentes habilida­des para realizar o trabalho.1 No capítulo anterior, vimos as duas primeiras: seus dons espirituais (formação espiritual) e seu coração (opções do coração). Agora veremos o resto de sua configuração.

Forma: Aplicando seus recursos pessoais
Seus recursos pessoais são os talentos naturais com os quais você nasceu. Algumas pessoas têm uma habilidade natural com as pala­vras: já nascem falando! Outras têm habilidades atléticas naturais, destacando-se em agilidade física. Outras ainda são boas em mate­mática, música ou mecânica.
Quando Deus quis criar o Tabernáculo e todos os utensílios para adoração, cuidou para que houvesse artistas e artesãos que fossem formados com destreza, habilidade e plena capacidade artística para desenhar [...] e executar todo tipo de obra artesanal.2 Hoje em dia, Deus ainda concede essas habilidades, bem como milhares de ou­tras, para que as pessoas possam servi-lo.

Todas as suas habilidades vêm de Deus. Até mesmo habilida­des usadas para o pecado foram dadas por Deus; estão apenas sen­do usadas para o mal ou de forma imprópria. A Bíblia diz: Deus dá a cada um de nós habilidade para fazer bem determinadas coisas? Visto que suas capacidades naturais vieram de Deus, elas são tão importantes e “espirituais” quanto seus dons espirituais. A única diferença é que você as recebeu no nascimento.
Uma das desculpas mais comuns que as pessoas dão para não servir é: “Eu simplesmente não tenho nenhuma aptidão a oferecer”. Isso é ridículo. Você tem dezenas, provavelmente centenas de habili­dades inexploradas, desconhecidas e ociosas, que estão latentes dentro de você. Vários estudos revelaram que uma pessoa comum tem de quinhentas a setecentas capacidades e habilidades — muito mais do que você imagina.
Por exemplo: o cérebro pode armazenar 100 trilhões de fatos. Sua mente pode lidar com 15 mil decisões por segundo, como ocorre quando seu sistema digestivo está trabalhando. Seu olfato pode per­ceber até 10 mil odores diferentes. Seu tato pode detectar um ele­mento com um mícron de espessura e sua língua pode detectar o gosto de uma parte de quinino em dois milhões de partes de água. Você é um conjunto de habilidades incríveis, uma maravilhosa cria­ção de Deus. Parte da responsabilidade da igreja é identificar e disponibilizar essas habilidades para servir a Deus.

Todas as habilidades podem ser usadas para a glória de Deus. Paulo disse: Quer vocês comam, bebam ou façam qualquer outra coisa, façam tudo para a glória de Deus.4 A Bíblia é cheia de exem­plos de diferentes capacidades que Deus usou para sua glória. Aqui estão apenas algumas mencionadas nas Escrituras: capacidade ar­tística, capacidade arquitetônica, administração, culinária, constru­ção de navios, produção de doces, capacidade para debates, dese­nho, embalsamamento, bordados, gravação, agricultura, pesca, jardinagem, liderança, gerenciamento, serviços de alvenaria, composi­ção, produção de armas, trabalhos com agulhas, pintura, plantação, filosofia, habilidade com maquinarias, invenções, carpintaria, nave­gação, atividades militares, alfaiataria, ensino, literatura e poesia. A Bíblia diz: Há diferentes habilidades para realizar o trabalho, mas é o mesmo Deus quem dá a cada um a habilidade para fazê-lo.5 Deus tem um lugar em sua igreja, onde sua habilidade pode se distinguir e você pode fazer a diferença. Cabe a você achar esse lugar.
Deus dá a algumas pessoas a habilidade de ganhar muito di­nheiro. Moisés disse aos israelitas: Mas lembrem-se do Senhor, o seu Deus, pois é ele que lhes dá a capacidade de produzir riqueza.6 Pes­soas com essa capacidade são boas em fazer os negócios crescerem, fechar acordos ou vendas e obter lucro. Se você possui habilidade para os negócios, deve usá-la para a glória de Deus. Como? Primeiro, compreenda que sua habilidade veio de Deus e dê o crédito a ele. Segundo, use sua empresa ou negócio para auxiliar na necessidade dos outros e partilhe sua fé com os que não crêem. Terceiro, devolva ao menos o dízimo (10%) do lucro para Deus, como ato de adoração.7 E, por fim, fixe para si a meta de ser um construtor do Reino, em vez de ser um construtor de riquezas. Vou explicar isso melhor no capítulo 33.

Deus quer que eu faça aquilo que sou capaz de fazer. Você é a única pes­soa na terra que pode usar suas habi­lidades. Ninguém mais pode assumir o seu papel, porque ninguém mais pos­sui a configuração exclusiva que Deus lhe deu. A Bíblia diz que Deus equipa você com tudo o que [você necessita] para fazer a sua vontade.8 Para descobrir a vontade de Deus para sua vida, você deve examinar seriamente em que você é bom e para que não tem habilidade.
Se Deus não lhe deu a habilidade de cantar bem, não esperará que você seja cantor de ópera. Deus jamais lhe pedirá que dedique a vida a uma tarefa para a qual você não tem talento. No entanto, as habilidades que você efetivamente tem são um forte indício do que Deus quer que você faça com sua vida. São pistas para que você conheça a vontade de Deus para você. Se você for bom em projetar, recrutar, desenhar ou organizar, é seguro supor que os planos de Deus para sua vida incluem tal habilidade de alguma forma. Deus não desperdiça habilidades; ele combina nosso chamado com nos­sas habilidades.
Suas habilidades não foram concedidas apenas para que você ganhe a vida; Deus as concedeu para que você exerça seu ministério. Pedro disse: Deus deu a cada um de vocês algumas capacidades especiais; estejam certos de as estarem utilizando para se ajudarem mutuamente, transmitindo aos outros as muitas espécies de bên­çãos de Deus.9
Enquanto este livro é escrito, aproximadamente sete mil pessoas estão usando suas habilidades para o ministério na igreja de Saddleback, suprindo todo tipo de serviço que você possa imaginar: con­sertando carros doados para que sejam dados aos necessitados, achando os melhores negócios para as compras da igreja, trabalhan­do com paisagismo, organizando arquivos, projetando arte, progra­mas e prédios, fornecendo tratamento de saúde, preparando refei­ções, compondo músicas, ensinando música, escrevendo propostas de subvenções, treinando times, fazendo pesquisas para sermões ou traduzindo-os e realizando centenas de outras tarefas especializa­das. Dizemos aos novos membros: “Não importa no que você é bom; seja o que for, você deve estar fazendo para sua igreja!”

Forma: Usando seu modo de ser
Não nos damos conta de como cada um de nós é verdadeiramente único. As moléculas de dna podem se reunir em um número infinito de formas. A possibilidade de você algum dia vir a encontrar alguém exatamente igual a você é de 1 para 10 elevado a 2 400 000 000ª. potência. Se você fosse escrever esse número com cada zero da espessura de uma polegada, seria necessário uma tira de papel com 60 mil quilômetros!
Para que você coloque isso em perspectiva, alguns cientistas acre­ditam que o número de todas as partículas do Universo não passa de 10 seguido de 76 zeros; um número muito menor que as possibi­lidades de seu dna. Sua singularidade é um fato científico da vida. Quando Deus o fez, ele quebrou a forma. Nunca houve nem haverá alguém exatamente igual a você.
É obvio que Deus aprecia a diversidade — basta olhar à volta! Ele criou cada um de nós com uma combinação exclusiva de traços de personalidade. Deus fez os introvertidos e os extrovertidos. Fez as pessoas que gostam de rotina e as que gostam de variar. Fez algu­mas pessoas “racionais” e outras “emocionais”. Algumas pessoas tra­balham melhor em tarefas individuais, enquanto outras trabalham melhor em equipe. A Bíblia diz: Deus age por intermédio de homens e maneiras diferentes, mas é o mesmo Deus que atinge seus propó­sitos mediante todos eles.10
A Bíblia nos dá um monte de provas de que Deus usa todos os tipos de personalidades. Pedro era sangüíneo. Paulo era colérico. Jeremias era melancólico. Quando você vê as diferenças de persona­lidade entre os doze discípulos, fica fácil entender por que algumas vezes houve conflitos interpessoais.
Não existe temperamento “certo” ou “errado” para o ministério. Todos os tipos de personalidades são necessárias para equilibrar a igreja e lhe dar sabor. O mundo seria um lugar muito chato se fôsse­mos todos apenas baunilha. Felizmente, as pessoas vêm em mais de 31 sabores.
Seu modo de ser ou personalidade afetará como e onde você usa­rá suas habilidades e dons espirituais. Por exemplo: duas pessoas podem ter o dom de evangelização, mas, se uma é introvertida e a outra é extrovertida, esse dom será expresso de formas distintas.
Marceneiros sabem que é mais fácil trabalhar no sentido das fi­bras da madeira do que de modo perpendicular a elas. Do mesmo modo, quando você é forçado a ministrar de forma contrária ao seu temperamento, cria-se tensão e desconforto, exigem-se quantidades extras de esforço e energia e os melhores resultados não são atingi­dos. É por isso que copiar o ministério de outra pessoa nunca funcio­na; você não detém a personalidade da outra pessoa. Além do mais, Deus o fez para ser você! Você pode aprender a partir do exemplo de outras pessoas, mas deve filtrar o que aprende através de sua pró­pria forma. Hoje em dia existem muitos livros e ferramentas que podem ajudá-lo a compreender sua personalidade, para que você possa determinar como usá-la para Deus.
Como vidro colorido, nossas diferentes personalidades refletem a luz de Deus em muitas cores e padrões. Isso abençoa a família de Deus com intensidade e variedade, e também nos abençoa pessoal­mente. É agradável fazer aquilo para o que Deus o preparou. Quando você mi­nistra de forma coerente com a perso­nalidade que Deus lhe deu, sente-se realizado, satisfeito e produtivo.

Forma: Utilizando suas áreas de experiência
Você foi formado pelas experiências que teve na vida, estando a maioria delas além de seu controle. Deus as permitiu para o seu propósito na sua formação.11 Ao determinar sua forma para servir a Deus, você deve examinar ao menos seis tipos ou áreas de experiên­cias de seu passado:

• Experiências familiares: O que você aprendeu sendo criado por sua família?
• Experiências educacionais: Quais eram suas matérias favori­tas na escola?
• Experiências vocacionais’. Em quais empregos você foi mais eficiente e de que mais gostou de trabalhar?
• Experiências espirituais. Qual foi sua época mais significativa com Deus?
• Experiências no ministério: Como você serviu a Deus no pas­sado?
• Experiências árduas: Com quais problemas, mágoas, espinhos e provações você aprendeu?

É a última categoria, experiências árduas, que Deus mais usa para prepará-lo para o ministério. Deus jamais desperdiça uma dor! Na verdade, é muito provável que seu maior ministério surja de sua maior dor. Quem poderia ministrar melhor aos pais de uma criança com síndrome de Down do que outro casal que tenha um filho pade­cendo do mesmo mal? Quem poderia ajudar melhor na recuperação de um alcoólatra do que alguém que tenha combatido esse demônio e tenha achado a liberdade? Quem poderia confortar melhor uma esposa que tenha sido trocada por uma amante do que uma mulher que tenha passado pela mesma agonia?
Deus intencionalmente permite que você passe por experiências árduas, a fim de capacitá-lo a ministrar às outras pessoas. A Bíblia diz: Ele nos conforta em todos os nossos problemas, de modo que podemos confortar a outros. Quando alguém estiver atribulado, se­remos capazes de dar-lhe o mesmo conforto que recebemos de Deus.12 Se você realmente deseja ser usado por Deus, deve entender uma verdade poderosa: as mesmas experiências que lhe trouxeram mais arrependimento e ressentimento na vida — aquelas que você queria esconder e esquecer são as que Deus quer usar para ajudar aos ou­tros. Elas são seu ministério!
Para que Deus utilize suas experiências dolorosas, você deve estar disposto a partilhá-las. Você tem de parar de encobri-las e deve admitir honestamente suas faltas, fracassos e temores. Fazer isso provavelmente tornará seu minis­tério mais eficiente. As pessoas se sen­tem mais estimuladas quando lhes contamos como a graça de Deus nos ajudou na fraqueza do que quando fa­zemos alarde sobre nossa força.
Paulo compreendeu essa verdade, por isso era honesto sobre seus acessos de depressão. Ele admitia: Eu acho que vocês devem saber, amados irmãos, que tempos difí­ceis nós atravessamos na Ásia. Fomos realmente esmagados e opri­midos, e tivemos medo de não conseguir sobreviver. Sentimos que estávamos condenados à morte e percebemos como éramos fracos demais para socorrer-nos a nós mesmos; isso, porém, foi bom, por­que assim nós colocamos tudo nas mãos de Deus, o único que poderia salvar-nos, pois é capaz até de le­vantar os mortos. E ele nos ajudou mesmo, e nos sal­vou de uma morte terrível; sim, e esperamos que ele faça assim sempre.13
Se Paulo tivesse mantido em segredo sua experiência de dúvida e depressão, milhões de pessoas nunca se teriam beneficiado dela. Somente experiências partilhadas podem benefici­ar os outros. Aldous Huxley disse: “Experiência não é o que acontece com você. É o que você faz com o que acontece com você”. O que você fará com o que você tem passado? Não desperdice sua dor; use-a para ajudar os outros.
Após termos visto essas cinco vias que Deus utilizou a fim de moldá-lo para seu serviço, espero que você venha a apreciar mais profundamente a soberania de Deus e tenha uma idéia mais clara de como ele o preparou para o propósito de servi-lo. Utilizar a sua for­ma é o segredo tanto da produtividade quanto da realização no ministério.14 Você alcançará sua eficiência máxima quando utilizar seus dons espirituais e habilidades na área de interesse de seu cora­ção, de uma forma que melhor expresse sua personalidade e suas experiências. Quanto melhor o enquadramento, mais bem-sucedido você será.

Trigésimo Primeiro Dia
Pensando sobre meu propósito

Um tema para reflexão: Ninguém mais pode ser eu.

Um versículo para memorizar: Deus deu a cada um de vocês algumas capacidades especiais; estejam certos de as estarem utilizando para se ajudarem mutuamente, transmitindo aos outros as muitas espécies de bênçãos de Deus (1 Pedro 4.10; bv).

Uma pergunta para meditar: Que capacidade dada por Deus ou experiência pessoal posso oferecer a minha igreja?

Dia 30 - Moldado para servir a Deus

Foram as tuas mãos que me formaram e me fizeram.
Jó 10.8; nvi

O povo que formei para mim proclamou o meu louvor.
Isaías 43.21; bj

Você foi moldado para servir a Deus.
Deus formou cada criatura neste planeta com uma qualificação especial. Alguns animais correm, outros saltam, alguns escavam e outros voam. Cada um tem um papel especial para cumprir confor­me foram moldados por Deus. O mesmo se dá com os humanos. Cada um de nós foi concebido, ou “moldado”, com exclusividade para a realização de determinadas tarefas.
Antes de os arquitetos projetarem um novo prédio, eles primeiro perguntam: “Para que propósito? Como será usado?”. A função pre­tendida sempre determina a forma do prédio. Antes de Deus o criar, ele decidiu que papel queria que você desempenhasse na terra. Ele planejou exatamente como queria que você o servisse, então o mol­dou para essas tarefas. Você é da forma que é porque foi feito para um ministério específico.
A Bíblia diz: Porque somos criação de Deus realizada em Cristo Jesus para fazermos boas obras.1 A palavra “poema” vem da palavra grega traduzida por “criação, manufatura”. Você é uma obra de arte feita manualmente por Deus. Você não foi feito em uma linha de montagem de produção em massa, sem ter sido objeto de reflexão. Você é uma obra-prima exclusiva e feita sob medida.
Deus propositadamente moldou e formou você para servi-lo de um modo que torne seu ministério singular. Ele cuidadosamente misturou o coquetel de dna que o criou. Davi louvou a Deus por essa magnífica atenção pessoal aos detalhes: Tu fizeste tudo com delica­deza, as partes íntimas de meu corpo, e as uniste no ventre de mi­nha mãe. Obrigado por me teres feito de maneira tão maravilhosa­mente complexa! O teu trabalho é maravilhoso.2 Como disse Ethel Waters: “Deus não faz porcaria”.
Deus não apenas o moldou antes de seu nascimento, mas plane­jou cada dia de sua vida para favorecer seu processo de formação. Davi continua: Cada dia de minha vida foi gravado no teu livro. Cada momento foi determinado antes mesmo que um só dia tivesse aconte­cido.3 Isso significa que nada que tenha ocorrido em sua vida é insig­nificante. Deus usa toda a sua vida a fim de moldá-lo para seu minis­tério com relação aos outros e formá-lo para seu serviço perante ele. Deus jamais desperdiça coisa alguma. Ele não lhe daria habilida­des, interesses, talentos, dons, personalidade e experiências de vida, a menos que pretendesse usá-las para sua glória. Identificando e compreendendo esses fatores, você pode descobrir a von­tade de Deus para sua vida.
A Bíblia diz que você é “especial e admirável”. Você é uma combinação de múltiplos fatores. Para ajudar a lembrá-lo de cinco desses fatores, criei um simples acróstico: FORMA. Neste capítulo e no próximo, daremos uma olhada nesses cinco fatores, e em seguida explicarei como descobrir e usar a FORMA que Deus lhe deu.

Como Deus lhe dá forma para o ministério
Toda vez que Deus nos dá uma missão, ele nos equipa com o que precisamos para realizá-la. A combinação sob medida de suas capa­cidades é a sua FORMA.

Formação espiritual
Opções do coração
Recursos pessoais
Modo de ser
Áreas de experiência

Forma: Esclarecendo sua formação espiritual
Deus dá a todo crente dons espirituais para serem usados no minis­tério.4 São habilidades especiais concedidas por Deus para servi-lo e são concedidas somente aos crentes. Seus dons são parte importan­te de sua formação espiritual. A Bíblia diz: Quem não tem o Espírito de Deus não pode receber os dons que vêm do Espírito.5
Você não pode adquirir dons espirituais ou mesmo merecê-los — por isso são chamados dons! Eles são a manifestação da graça de Deus para com você. Cristo generosamente dividiu seus dons conosco.6
Nem é você quem escolhe os dons que gostaria de ter; é Deus quem os determina. Paulo explicou: É o mesmo e único Espírito Santo que distri­bui esses dons. Ele sozinho decide que dom cada pessoa deve receber.7
Por Deus gostar de variedade e querer que sejamos especiais, não há nenhum dom que seja concedido a todos.8 Além disso, nenhum indiví­duo recebe todos os dons. Se você possuísse todos, não teria necessida­de de mais ninguém, e isso destruiria um dos propósitos de Deus — nos ensinar a amar e a depender uns dos outros.
Seus dons espirituais não foram concedidos para seu benefício próprio, mas para o benefício dos outros, da mesma forma que ou­tras pessoas receberam dons para seu benefício. A Bíblia diz: Um dom espiritual é dado a cada um de nós como meio de ajudarmos a igreja inteira.9 Deus planejou dessa forma, para que precisássemos uns dos outros. Quando usamos nossos dons em conjunto, todos são beneficiados. Se os outros não usarem seus dons, você é passado para trás e, se você não usar seus dons, eles serão passados para trás. Por isso nos é dada a ordem para descobrir e desenvolver nos­sos dons espirituais. Você já parou para descobrir seus dons espiri­tuais? De nada vale um dom não-descoberto.
Toda vez que esquecemos essas verdades básicas sobre os dons, ocorrem problemas na igreja. Dois problemas comuns são “inveja de dom” e “prestígio de dom”. O primeiro ocorre quando comparamos nossos dons com os de outras pessoas e nos sentimos insatisfeitos com o que Deus nos deu, tornando-nos res­sentidos e ciumentos por Deus utilizar os outros. O segundo ocorre quando esperamos que alguém mais tenha nossos dons, faça o que fomos chamados para fazer e se sinta tão entusiasmado quanto nós a respeito de tal dom. A Bíblia diz: Há dife­rentes tipos de serviço na igreja, mas é ao mesmo Senhor que estamos servindo.10
Os dons espirituais são algumas vezes exageradamente enfatiza­dos, em detrimento de outros fatores que Deus utiliza para nos moldar para o serviço. Seus dons revelam uma chave para descobrir a vontade de Deus para nosso ministério; mas os dons espirituais não formam o quadro completo. Deus também nos moldou de quatro outras maneiras.

Forma: Atentando para suas opções do coração
A Bíblia usa o termo “coração” para descrever o lote de desejos, espe­ranças, interesses, ambições, sonhos e afeições que você possui. O coração representa a fonte de todos os seus estímulos — o que você ama fazer, seus interesses e o que mais lhe importa. Ainda hoje usamos a palavra nesse sentido, quando dizemos: “Eu te amo de todo o meu coração”.
A Bíblia diz: Assim como a água reflete o rosto, o coração reflete quem somos nós.11 Seu coração revela o verdadeiro você, o que você verdadeiramente é, não o que os outros pensam que você é ou o que as circunstâncias o forçam a ser. Seu coração determina o porquê de você dizer as coisas que diz, sentir-se como se sente e agir da forma que age.12
Fisicamente, cada um de nós tem um batimento cardíaco exclusi­vo. Assim como temos impressões digitais, padrões de íris e de voz singulares, nosso coração bate com padrões sensivelmente diferen­tes. É magnífico que, apesar dos bilhões de pessoas que já viveram, ninguém jamais tenha tido um batimento cardíaco exatamente igual ao seu.
Do mesmo modo, Deus deu a cada um de nós um “compasso” emocional único que dispara quando pensamos em assuntos, ativi­dades ou circunstâncias que nos interessam. Nós, instintivamente, importamo-nos com algumas coisas e desconsideramos outras. São pistas de onde deveríamos estar servindo.
Outra palavra para coração é paixão. Existem certos assuntos que lhe despertam paixão e outros para os quais você não liga a mínima. Algumas experiências o entusiasmam e prendem sua aten­ção, enquanto outras o desanimam ou matam de tédio. Elas revela­rão a natureza de seu coração.
Enquanto você crescia, deve ter descoberto que se interessava intensamente por alguns assuntos que não despertavam o menor interesse em sua família. De onde vieram esses interesses? Vieram de Deus. Deus tinha um propósito em lhe dar esses interesses inatos. Seu compasso emocional é a segunda chave para a compreensão de sua capaci­tação para o serviço. Não ignore seus interesses. Imagine como eles podem ser usados para a glória de Deus. Há uma razão para que você goste de fazer essas coisas.
A Bíblia nos manda continuamente servir ao Senhor com todo o [...] coração.13 Deus quer que você o sirva apaixonadamente, e não por obrigação. As pessoas raramente se destacam em tarefas que não apreciam ou que não lhes desperte paixão. Deus quer que você use seus interesses naturais para servir a ele e aos outros. Ouvir os impulsos internos pode indicar-lhe o ministério que Deus tenciona que você tenha.
Como você sabe quando está servindo a Deus de coração? O primei­ro sinal revelador é o entusiasmo. Quando você está fazendo o que ama fazer, ninguém precisa motivá-lo, desa­fiá-lo ou inspecioná-lo. Você o faz pelo mero prazer. Você não precisa de recom­pensas, aplausos ou pagamento, por­que adora servir dessa forma. O oposto também é verdade: quando você não se entusiasma com o que faz, é facilmente desestimulado.
A segunda característica de quem serve a Deus com o coração é a eficiência. Todas as vezes que você faz o que Deus o condicionou a amar, você se torna bom nisso. A paixão leva à perfeição. Se você não se importa com uma tarefa, é improvável que se destaque nela. Em contrapartida, os maiores realizadores, em qualquer campo, são movidos pela paixão, e não por lucro ou obrigação.
Todos já ouvimos dizer: “Arranjei um emprego que odeio para ganhar bastante dinheiro, então algum dia saio e vou fazer o que gosto”. Isso é um grande erro. Não desperdice sua vida em um em­prego que não exprima o que vai em seu coração. Lembre-se: as mai­ores coisas da vida não são as coisas. O significado é muito mais importante do que o dinheiro. O homem mais rico do mundo certa vez falou: Uma vida simples no temor do Senhor é melhor que uma vida rica com uma tonelada de dores de cabeça.14
Não se conforme em apenas alcançar “uma boa vida”, porque uma boa vida não é boa o suficiente. No fim das contas, ela não satisfaz. Você pode ter muito do que viver e ainda assim não ter para que viver. Em vez disso, almeje “a vida melhor” — servir a Deus de forma que exprima o que está em seu coração. Chegue a uma conclusão sobre o que você gosta de fazer — o que Deus lhe colocou no coração para fazer — e então faça isso para a glória de Deus.

Trigésimo Dia
Pensando sobre meu propósito

Um tema para reflexão: Eu fui moldado para servir a Deus.

Um versículo para memorizar: Deus age por intermédio de homens e maneiras diferentes, mas é o mesmo Deus que atinge seus propósitos mediante todos eles (l Coríntios 12.6; ch).

Uma pergunta para meditar: De que modo posso me ver servindo a outras pessoas apaixonadamente e gostando de servir?
(Extraido do livro Uma vida com proposito do pastor Rick Warren)