sexta-feira, 1 de maio de 2009

Dia 31 - Entendendo sua forma

Tu moldaste-me primeiro por dentro e depois por fora; tu me formaste no ventre de minha mãe.
Salmos 139.13; Msg

Somente você pode ser você.
Deus projetou cada um de nós de modo que não houvesse réplica em todo o mundo. Ninguém tem exatamente a mesma composição de fatores que o tornam exclusivo. Isso significa que ninguém mais na terra será capaz de desempenhar o papel que Deus planejou para você. Se você não fizer sua contribuição individual para o corpo de Cristo, ela não será feita. A Bíblia diz: Existem tipos diferentes de dons [...] Existem maneiras diferentes de servir [... e] Há diferentes habilida­des para realizar o trabalho.1 No capítulo anterior, vimos as duas primeiras: seus dons espirituais (formação espiritual) e seu coração (opções do coração). Agora veremos o resto de sua configuração.

Forma: Aplicando seus recursos pessoais
Seus recursos pessoais são os talentos naturais com os quais você nasceu. Algumas pessoas têm uma habilidade natural com as pala­vras: já nascem falando! Outras têm habilidades atléticas naturais, destacando-se em agilidade física. Outras ainda são boas em mate­mática, música ou mecânica.
Quando Deus quis criar o Tabernáculo e todos os utensílios para adoração, cuidou para que houvesse artistas e artesãos que fossem formados com destreza, habilidade e plena capacidade artística para desenhar [...] e executar todo tipo de obra artesanal.2 Hoje em dia, Deus ainda concede essas habilidades, bem como milhares de ou­tras, para que as pessoas possam servi-lo.

Todas as suas habilidades vêm de Deus. Até mesmo habilida­des usadas para o pecado foram dadas por Deus; estão apenas sen­do usadas para o mal ou de forma imprópria. A Bíblia diz: Deus dá a cada um de nós habilidade para fazer bem determinadas coisas? Visto que suas capacidades naturais vieram de Deus, elas são tão importantes e “espirituais” quanto seus dons espirituais. A única diferença é que você as recebeu no nascimento.
Uma das desculpas mais comuns que as pessoas dão para não servir é: “Eu simplesmente não tenho nenhuma aptidão a oferecer”. Isso é ridículo. Você tem dezenas, provavelmente centenas de habili­dades inexploradas, desconhecidas e ociosas, que estão latentes dentro de você. Vários estudos revelaram que uma pessoa comum tem de quinhentas a setecentas capacidades e habilidades — muito mais do que você imagina.
Por exemplo: o cérebro pode armazenar 100 trilhões de fatos. Sua mente pode lidar com 15 mil decisões por segundo, como ocorre quando seu sistema digestivo está trabalhando. Seu olfato pode per­ceber até 10 mil odores diferentes. Seu tato pode detectar um ele­mento com um mícron de espessura e sua língua pode detectar o gosto de uma parte de quinino em dois milhões de partes de água. Você é um conjunto de habilidades incríveis, uma maravilhosa cria­ção de Deus. Parte da responsabilidade da igreja é identificar e disponibilizar essas habilidades para servir a Deus.

Todas as habilidades podem ser usadas para a glória de Deus. Paulo disse: Quer vocês comam, bebam ou façam qualquer outra coisa, façam tudo para a glória de Deus.4 A Bíblia é cheia de exem­plos de diferentes capacidades que Deus usou para sua glória. Aqui estão apenas algumas mencionadas nas Escrituras: capacidade ar­tística, capacidade arquitetônica, administração, culinária, constru­ção de navios, produção de doces, capacidade para debates, dese­nho, embalsamamento, bordados, gravação, agricultura, pesca, jardinagem, liderança, gerenciamento, serviços de alvenaria, composi­ção, produção de armas, trabalhos com agulhas, pintura, plantação, filosofia, habilidade com maquinarias, invenções, carpintaria, nave­gação, atividades militares, alfaiataria, ensino, literatura e poesia. A Bíblia diz: Há diferentes habilidades para realizar o trabalho, mas é o mesmo Deus quem dá a cada um a habilidade para fazê-lo.5 Deus tem um lugar em sua igreja, onde sua habilidade pode se distinguir e você pode fazer a diferença. Cabe a você achar esse lugar.
Deus dá a algumas pessoas a habilidade de ganhar muito di­nheiro. Moisés disse aos israelitas: Mas lembrem-se do Senhor, o seu Deus, pois é ele que lhes dá a capacidade de produzir riqueza.6 Pes­soas com essa capacidade são boas em fazer os negócios crescerem, fechar acordos ou vendas e obter lucro. Se você possui habilidade para os negócios, deve usá-la para a glória de Deus. Como? Primeiro, compreenda que sua habilidade veio de Deus e dê o crédito a ele. Segundo, use sua empresa ou negócio para auxiliar na necessidade dos outros e partilhe sua fé com os que não crêem. Terceiro, devolva ao menos o dízimo (10%) do lucro para Deus, como ato de adoração.7 E, por fim, fixe para si a meta de ser um construtor do Reino, em vez de ser um construtor de riquezas. Vou explicar isso melhor no capítulo 33.

Deus quer que eu faça aquilo que sou capaz de fazer. Você é a única pes­soa na terra que pode usar suas habi­lidades. Ninguém mais pode assumir o seu papel, porque ninguém mais pos­sui a configuração exclusiva que Deus lhe deu. A Bíblia diz que Deus equipa você com tudo o que [você necessita] para fazer a sua vontade.8 Para descobrir a vontade de Deus para sua vida, você deve examinar seriamente em que você é bom e para que não tem habilidade.
Se Deus não lhe deu a habilidade de cantar bem, não esperará que você seja cantor de ópera. Deus jamais lhe pedirá que dedique a vida a uma tarefa para a qual você não tem talento. No entanto, as habilidades que você efetivamente tem são um forte indício do que Deus quer que você faça com sua vida. São pistas para que você conheça a vontade de Deus para você. Se você for bom em projetar, recrutar, desenhar ou organizar, é seguro supor que os planos de Deus para sua vida incluem tal habilidade de alguma forma. Deus não desperdiça habilidades; ele combina nosso chamado com nos­sas habilidades.
Suas habilidades não foram concedidas apenas para que você ganhe a vida; Deus as concedeu para que você exerça seu ministério. Pedro disse: Deus deu a cada um de vocês algumas capacidades especiais; estejam certos de as estarem utilizando para se ajudarem mutuamente, transmitindo aos outros as muitas espécies de bên­çãos de Deus.9
Enquanto este livro é escrito, aproximadamente sete mil pessoas estão usando suas habilidades para o ministério na igreja de Saddleback, suprindo todo tipo de serviço que você possa imaginar: con­sertando carros doados para que sejam dados aos necessitados, achando os melhores negócios para as compras da igreja, trabalhan­do com paisagismo, organizando arquivos, projetando arte, progra­mas e prédios, fornecendo tratamento de saúde, preparando refei­ções, compondo músicas, ensinando música, escrevendo propostas de subvenções, treinando times, fazendo pesquisas para sermões ou traduzindo-os e realizando centenas de outras tarefas especializa­das. Dizemos aos novos membros: “Não importa no que você é bom; seja o que for, você deve estar fazendo para sua igreja!”

Forma: Usando seu modo de ser
Não nos damos conta de como cada um de nós é verdadeiramente único. As moléculas de dna podem se reunir em um número infinito de formas. A possibilidade de você algum dia vir a encontrar alguém exatamente igual a você é de 1 para 10 elevado a 2 400 000 000ª. potência. Se você fosse escrever esse número com cada zero da espessura de uma polegada, seria necessário uma tira de papel com 60 mil quilômetros!
Para que você coloque isso em perspectiva, alguns cientistas acre­ditam que o número de todas as partículas do Universo não passa de 10 seguido de 76 zeros; um número muito menor que as possibi­lidades de seu dna. Sua singularidade é um fato científico da vida. Quando Deus o fez, ele quebrou a forma. Nunca houve nem haverá alguém exatamente igual a você.
É obvio que Deus aprecia a diversidade — basta olhar à volta! Ele criou cada um de nós com uma combinação exclusiva de traços de personalidade. Deus fez os introvertidos e os extrovertidos. Fez as pessoas que gostam de rotina e as que gostam de variar. Fez algu­mas pessoas “racionais” e outras “emocionais”. Algumas pessoas tra­balham melhor em tarefas individuais, enquanto outras trabalham melhor em equipe. A Bíblia diz: Deus age por intermédio de homens e maneiras diferentes, mas é o mesmo Deus que atinge seus propó­sitos mediante todos eles.10
A Bíblia nos dá um monte de provas de que Deus usa todos os tipos de personalidades. Pedro era sangüíneo. Paulo era colérico. Jeremias era melancólico. Quando você vê as diferenças de persona­lidade entre os doze discípulos, fica fácil entender por que algumas vezes houve conflitos interpessoais.
Não existe temperamento “certo” ou “errado” para o ministério. Todos os tipos de personalidades são necessárias para equilibrar a igreja e lhe dar sabor. O mundo seria um lugar muito chato se fôsse­mos todos apenas baunilha. Felizmente, as pessoas vêm em mais de 31 sabores.
Seu modo de ser ou personalidade afetará como e onde você usa­rá suas habilidades e dons espirituais. Por exemplo: duas pessoas podem ter o dom de evangelização, mas, se uma é introvertida e a outra é extrovertida, esse dom será expresso de formas distintas.
Marceneiros sabem que é mais fácil trabalhar no sentido das fi­bras da madeira do que de modo perpendicular a elas. Do mesmo modo, quando você é forçado a ministrar de forma contrária ao seu temperamento, cria-se tensão e desconforto, exigem-se quantidades extras de esforço e energia e os melhores resultados não são atingi­dos. É por isso que copiar o ministério de outra pessoa nunca funcio­na; você não detém a personalidade da outra pessoa. Além do mais, Deus o fez para ser você! Você pode aprender a partir do exemplo de outras pessoas, mas deve filtrar o que aprende através de sua pró­pria forma. Hoje em dia existem muitos livros e ferramentas que podem ajudá-lo a compreender sua personalidade, para que você possa determinar como usá-la para Deus.
Como vidro colorido, nossas diferentes personalidades refletem a luz de Deus em muitas cores e padrões. Isso abençoa a família de Deus com intensidade e variedade, e também nos abençoa pessoal­mente. É agradável fazer aquilo para o que Deus o preparou. Quando você mi­nistra de forma coerente com a perso­nalidade que Deus lhe deu, sente-se realizado, satisfeito e produtivo.

Forma: Utilizando suas áreas de experiência
Você foi formado pelas experiências que teve na vida, estando a maioria delas além de seu controle. Deus as permitiu para o seu propósito na sua formação.11 Ao determinar sua forma para servir a Deus, você deve examinar ao menos seis tipos ou áreas de experiên­cias de seu passado:

• Experiências familiares: O que você aprendeu sendo criado por sua família?
• Experiências educacionais: Quais eram suas matérias favori­tas na escola?
• Experiências vocacionais’. Em quais empregos você foi mais eficiente e de que mais gostou de trabalhar?
• Experiências espirituais. Qual foi sua época mais significativa com Deus?
• Experiências no ministério: Como você serviu a Deus no pas­sado?
• Experiências árduas: Com quais problemas, mágoas, espinhos e provações você aprendeu?

É a última categoria, experiências árduas, que Deus mais usa para prepará-lo para o ministério. Deus jamais desperdiça uma dor! Na verdade, é muito provável que seu maior ministério surja de sua maior dor. Quem poderia ministrar melhor aos pais de uma criança com síndrome de Down do que outro casal que tenha um filho pade­cendo do mesmo mal? Quem poderia ajudar melhor na recuperação de um alcoólatra do que alguém que tenha combatido esse demônio e tenha achado a liberdade? Quem poderia confortar melhor uma esposa que tenha sido trocada por uma amante do que uma mulher que tenha passado pela mesma agonia?
Deus intencionalmente permite que você passe por experiências árduas, a fim de capacitá-lo a ministrar às outras pessoas. A Bíblia diz: Ele nos conforta em todos os nossos problemas, de modo que podemos confortar a outros. Quando alguém estiver atribulado, se­remos capazes de dar-lhe o mesmo conforto que recebemos de Deus.12 Se você realmente deseja ser usado por Deus, deve entender uma verdade poderosa: as mesmas experiências que lhe trouxeram mais arrependimento e ressentimento na vida — aquelas que você queria esconder e esquecer são as que Deus quer usar para ajudar aos ou­tros. Elas são seu ministério!
Para que Deus utilize suas experiências dolorosas, você deve estar disposto a partilhá-las. Você tem de parar de encobri-las e deve admitir honestamente suas faltas, fracassos e temores. Fazer isso provavelmente tornará seu minis­tério mais eficiente. As pessoas se sen­tem mais estimuladas quando lhes contamos como a graça de Deus nos ajudou na fraqueza do que quando fa­zemos alarde sobre nossa força.
Paulo compreendeu essa verdade, por isso era honesto sobre seus acessos de depressão. Ele admitia: Eu acho que vocês devem saber, amados irmãos, que tempos difí­ceis nós atravessamos na Ásia. Fomos realmente esmagados e opri­midos, e tivemos medo de não conseguir sobreviver. Sentimos que estávamos condenados à morte e percebemos como éramos fracos demais para socorrer-nos a nós mesmos; isso, porém, foi bom, por­que assim nós colocamos tudo nas mãos de Deus, o único que poderia salvar-nos, pois é capaz até de le­vantar os mortos. E ele nos ajudou mesmo, e nos sal­vou de uma morte terrível; sim, e esperamos que ele faça assim sempre.13
Se Paulo tivesse mantido em segredo sua experiência de dúvida e depressão, milhões de pessoas nunca se teriam beneficiado dela. Somente experiências partilhadas podem benefici­ar os outros. Aldous Huxley disse: “Experiência não é o que acontece com você. É o que você faz com o que acontece com você”. O que você fará com o que você tem passado? Não desperdice sua dor; use-a para ajudar os outros.
Após termos visto essas cinco vias que Deus utilizou a fim de moldá-lo para seu serviço, espero que você venha a apreciar mais profundamente a soberania de Deus e tenha uma idéia mais clara de como ele o preparou para o propósito de servi-lo. Utilizar a sua for­ma é o segredo tanto da produtividade quanto da realização no ministério.14 Você alcançará sua eficiência máxima quando utilizar seus dons espirituais e habilidades na área de interesse de seu cora­ção, de uma forma que melhor expresse sua personalidade e suas experiências. Quanto melhor o enquadramento, mais bem-sucedido você será.

Trigésimo Primeiro Dia
Pensando sobre meu propósito

Um tema para reflexão: Ninguém mais pode ser eu.

Um versículo para memorizar: Deus deu a cada um de vocês algumas capacidades especiais; estejam certos de as estarem utilizando para se ajudarem mutuamente, transmitindo aos outros as muitas espécies de bênçãos de Deus (1 Pedro 4.10; bv).

Uma pergunta para meditar: Que capacidade dada por Deus ou experiência pessoal posso oferecer a minha igreja?

Dia 30 - Moldado para servir a Deus

Foram as tuas mãos que me formaram e me fizeram.
Jó 10.8; nvi

O povo que formei para mim proclamou o meu louvor.
Isaías 43.21; bj

Você foi moldado para servir a Deus.
Deus formou cada criatura neste planeta com uma qualificação especial. Alguns animais correm, outros saltam, alguns escavam e outros voam. Cada um tem um papel especial para cumprir confor­me foram moldados por Deus. O mesmo se dá com os humanos. Cada um de nós foi concebido, ou “moldado”, com exclusividade para a realização de determinadas tarefas.
Antes de os arquitetos projetarem um novo prédio, eles primeiro perguntam: “Para que propósito? Como será usado?”. A função pre­tendida sempre determina a forma do prédio. Antes de Deus o criar, ele decidiu que papel queria que você desempenhasse na terra. Ele planejou exatamente como queria que você o servisse, então o mol­dou para essas tarefas. Você é da forma que é porque foi feito para um ministério específico.
A Bíblia diz: Porque somos criação de Deus realizada em Cristo Jesus para fazermos boas obras.1 A palavra “poema” vem da palavra grega traduzida por “criação, manufatura”. Você é uma obra de arte feita manualmente por Deus. Você não foi feito em uma linha de montagem de produção em massa, sem ter sido objeto de reflexão. Você é uma obra-prima exclusiva e feita sob medida.
Deus propositadamente moldou e formou você para servi-lo de um modo que torne seu ministério singular. Ele cuidadosamente misturou o coquetel de dna que o criou. Davi louvou a Deus por essa magnífica atenção pessoal aos detalhes: Tu fizeste tudo com delica­deza, as partes íntimas de meu corpo, e as uniste no ventre de mi­nha mãe. Obrigado por me teres feito de maneira tão maravilhosa­mente complexa! O teu trabalho é maravilhoso.2 Como disse Ethel Waters: “Deus não faz porcaria”.
Deus não apenas o moldou antes de seu nascimento, mas plane­jou cada dia de sua vida para favorecer seu processo de formação. Davi continua: Cada dia de minha vida foi gravado no teu livro. Cada momento foi determinado antes mesmo que um só dia tivesse aconte­cido.3 Isso significa que nada que tenha ocorrido em sua vida é insig­nificante. Deus usa toda a sua vida a fim de moldá-lo para seu minis­tério com relação aos outros e formá-lo para seu serviço perante ele. Deus jamais desperdiça coisa alguma. Ele não lhe daria habilida­des, interesses, talentos, dons, personalidade e experiências de vida, a menos que pretendesse usá-las para sua glória. Identificando e compreendendo esses fatores, você pode descobrir a von­tade de Deus para sua vida.
A Bíblia diz que você é “especial e admirável”. Você é uma combinação de múltiplos fatores. Para ajudar a lembrá-lo de cinco desses fatores, criei um simples acróstico: FORMA. Neste capítulo e no próximo, daremos uma olhada nesses cinco fatores, e em seguida explicarei como descobrir e usar a FORMA que Deus lhe deu.

Como Deus lhe dá forma para o ministério
Toda vez que Deus nos dá uma missão, ele nos equipa com o que precisamos para realizá-la. A combinação sob medida de suas capa­cidades é a sua FORMA.

Formação espiritual
Opções do coração
Recursos pessoais
Modo de ser
Áreas de experiência

Forma: Esclarecendo sua formação espiritual
Deus dá a todo crente dons espirituais para serem usados no minis­tério.4 São habilidades especiais concedidas por Deus para servi-lo e são concedidas somente aos crentes. Seus dons são parte importan­te de sua formação espiritual. A Bíblia diz: Quem não tem o Espírito de Deus não pode receber os dons que vêm do Espírito.5
Você não pode adquirir dons espirituais ou mesmo merecê-los — por isso são chamados dons! Eles são a manifestação da graça de Deus para com você. Cristo generosamente dividiu seus dons conosco.6
Nem é você quem escolhe os dons que gostaria de ter; é Deus quem os determina. Paulo explicou: É o mesmo e único Espírito Santo que distri­bui esses dons. Ele sozinho decide que dom cada pessoa deve receber.7
Por Deus gostar de variedade e querer que sejamos especiais, não há nenhum dom que seja concedido a todos.8 Além disso, nenhum indiví­duo recebe todos os dons. Se você possuísse todos, não teria necessida­de de mais ninguém, e isso destruiria um dos propósitos de Deus — nos ensinar a amar e a depender uns dos outros.
Seus dons espirituais não foram concedidos para seu benefício próprio, mas para o benefício dos outros, da mesma forma que ou­tras pessoas receberam dons para seu benefício. A Bíblia diz: Um dom espiritual é dado a cada um de nós como meio de ajudarmos a igreja inteira.9 Deus planejou dessa forma, para que precisássemos uns dos outros. Quando usamos nossos dons em conjunto, todos são beneficiados. Se os outros não usarem seus dons, você é passado para trás e, se você não usar seus dons, eles serão passados para trás. Por isso nos é dada a ordem para descobrir e desenvolver nos­sos dons espirituais. Você já parou para descobrir seus dons espiri­tuais? De nada vale um dom não-descoberto.
Toda vez que esquecemos essas verdades básicas sobre os dons, ocorrem problemas na igreja. Dois problemas comuns são “inveja de dom” e “prestígio de dom”. O primeiro ocorre quando comparamos nossos dons com os de outras pessoas e nos sentimos insatisfeitos com o que Deus nos deu, tornando-nos res­sentidos e ciumentos por Deus utilizar os outros. O segundo ocorre quando esperamos que alguém mais tenha nossos dons, faça o que fomos chamados para fazer e se sinta tão entusiasmado quanto nós a respeito de tal dom. A Bíblia diz: Há dife­rentes tipos de serviço na igreja, mas é ao mesmo Senhor que estamos servindo.10
Os dons espirituais são algumas vezes exageradamente enfatiza­dos, em detrimento de outros fatores que Deus utiliza para nos moldar para o serviço. Seus dons revelam uma chave para descobrir a vontade de Deus para nosso ministério; mas os dons espirituais não formam o quadro completo. Deus também nos moldou de quatro outras maneiras.

Forma: Atentando para suas opções do coração
A Bíblia usa o termo “coração” para descrever o lote de desejos, espe­ranças, interesses, ambições, sonhos e afeições que você possui. O coração representa a fonte de todos os seus estímulos — o que você ama fazer, seus interesses e o que mais lhe importa. Ainda hoje usamos a palavra nesse sentido, quando dizemos: “Eu te amo de todo o meu coração”.
A Bíblia diz: Assim como a água reflete o rosto, o coração reflete quem somos nós.11 Seu coração revela o verdadeiro você, o que você verdadeiramente é, não o que os outros pensam que você é ou o que as circunstâncias o forçam a ser. Seu coração determina o porquê de você dizer as coisas que diz, sentir-se como se sente e agir da forma que age.12
Fisicamente, cada um de nós tem um batimento cardíaco exclusi­vo. Assim como temos impressões digitais, padrões de íris e de voz singulares, nosso coração bate com padrões sensivelmente diferen­tes. É magnífico que, apesar dos bilhões de pessoas que já viveram, ninguém jamais tenha tido um batimento cardíaco exatamente igual ao seu.
Do mesmo modo, Deus deu a cada um de nós um “compasso” emocional único que dispara quando pensamos em assuntos, ativi­dades ou circunstâncias que nos interessam. Nós, instintivamente, importamo-nos com algumas coisas e desconsideramos outras. São pistas de onde deveríamos estar servindo.
Outra palavra para coração é paixão. Existem certos assuntos que lhe despertam paixão e outros para os quais você não liga a mínima. Algumas experiências o entusiasmam e prendem sua aten­ção, enquanto outras o desanimam ou matam de tédio. Elas revela­rão a natureza de seu coração.
Enquanto você crescia, deve ter descoberto que se interessava intensamente por alguns assuntos que não despertavam o menor interesse em sua família. De onde vieram esses interesses? Vieram de Deus. Deus tinha um propósito em lhe dar esses interesses inatos. Seu compasso emocional é a segunda chave para a compreensão de sua capaci­tação para o serviço. Não ignore seus interesses. Imagine como eles podem ser usados para a glória de Deus. Há uma razão para que você goste de fazer essas coisas.
A Bíblia nos manda continuamente servir ao Senhor com todo o [...] coração.13 Deus quer que você o sirva apaixonadamente, e não por obrigação. As pessoas raramente se destacam em tarefas que não apreciam ou que não lhes desperte paixão. Deus quer que você use seus interesses naturais para servir a ele e aos outros. Ouvir os impulsos internos pode indicar-lhe o ministério que Deus tenciona que você tenha.
Como você sabe quando está servindo a Deus de coração? O primei­ro sinal revelador é o entusiasmo. Quando você está fazendo o que ama fazer, ninguém precisa motivá-lo, desa­fiá-lo ou inspecioná-lo. Você o faz pelo mero prazer. Você não precisa de recom­pensas, aplausos ou pagamento, por­que adora servir dessa forma. O oposto também é verdade: quando você não se entusiasma com o que faz, é facilmente desestimulado.
A segunda característica de quem serve a Deus com o coração é a eficiência. Todas as vezes que você faz o que Deus o condicionou a amar, você se torna bom nisso. A paixão leva à perfeição. Se você não se importa com uma tarefa, é improvável que se destaque nela. Em contrapartida, os maiores realizadores, em qualquer campo, são movidos pela paixão, e não por lucro ou obrigação.
Todos já ouvimos dizer: “Arranjei um emprego que odeio para ganhar bastante dinheiro, então algum dia saio e vou fazer o que gosto”. Isso é um grande erro. Não desperdice sua vida em um em­prego que não exprima o que vai em seu coração. Lembre-se: as mai­ores coisas da vida não são as coisas. O significado é muito mais importante do que o dinheiro. O homem mais rico do mundo certa vez falou: Uma vida simples no temor do Senhor é melhor que uma vida rica com uma tonelada de dores de cabeça.14
Não se conforme em apenas alcançar “uma boa vida”, porque uma boa vida não é boa o suficiente. No fim das contas, ela não satisfaz. Você pode ter muito do que viver e ainda assim não ter para que viver. Em vez disso, almeje “a vida melhor” — servir a Deus de forma que exprima o que está em seu coração. Chegue a uma conclusão sobre o que você gosta de fazer — o que Deus lhe colocou no coração para fazer — e então faça isso para a glória de Deus.

Trigésimo Dia
Pensando sobre meu propósito

Um tema para reflexão: Eu fui moldado para servir a Deus.

Um versículo para memorizar: Deus age por intermédio de homens e maneiras diferentes, mas é o mesmo Deus que atinge seus propósitos mediante todos eles (l Coríntios 12.6; ch).

Uma pergunta para meditar: De que modo posso me ver servindo a outras pessoas apaixonadamente e gostando de servir?
(Extraido do livro Uma vida com proposito do pastor Rick Warren)

Dia 29 - Aceitando sua missão

Foi o próprio Deus quem fez de nós o que somos e nos deu uma vida nova da parte de Cristo Jesus; e muitos séculos atrás, Ele planejou que gastássemos essa vida em auxiliar aos outros.
Efésios 2.10; bv

Eu te glorifiquei na terra, pois concluí até o último detalhe o que me deste para fazer.
João 17.4; Msg

Você foi posto na Terra para fazer uma contribuição.
Você não foi criado apenas para consumir recursos — comer, res­pirar e ocupar espaço. Deus te projetou para que sua vida faça uma diferença. Apesar de muitos livros de sucesso informarem sobre como tirar o máximo da vida, não foi para isso que Deus o criou. Você foi criado para acrescentar à vida da Terra, não apenas para extrair. Deus quer que você devolva algo. Esse é o quarto propósito de Deus para sua vida, e se chama “ministério” ou serviço. A Bíblia fornece os detalhes.

Você foi criado para servir a Deus. A Bíblia diz: [Deus] nos criou para que fizéssemos as boas obras que ele já havia preparado para nós.1 Essas “boas obras” são o seu serviço. Sempre que você serve às pessoas de alguma forma, você está na verdade servindo a Deus2 e cumprindo um de seus propósitos. Nos dois próximos capítulos, você verá como Deus cuidadosamente molda você para o seu propósito. O que Deus disse para Jeremias também vale para você: Antes que o fizes­se no útero de sua mãe, eu o escolhi. Antes que você nascesse, eu o separei para uma obra especial? Você foi posto neste planeta para uma missão especial.

Você foi salvo para servir a Deus. A Bíblia diz: Foi ele quem nos salvou e nos escolheu para o seu santo trabalho, não porque merecês­semos, mas porque esse era o seu plano muito antes do princípio do mundo — mostrar o seu amor e a sua bondade para conosco por meio de Cristo.4 Deus o redimiu para que você pudesse exercer sua “santa vocação”. Você não foi salvo pelo serviço, mas foi salvo para o serviço. No Reino de Deus você tem um lugar, um propósito, um papel e uma função a cumprir. Isso dá a sua vida enorme importância e valor.
Comprar sua salvação custou a Jesus a própria vida. A Bíblia nos recorda: Vocês foram comprados por alto preço. Portanto, glorifiquem a Deus com o seu próprio corpo.5 Não servimos a Deus por causa de culpa, medo ou mesmo obrigação, mas pela alegria e profunda gra­tidão pelo que ele fez por nós. Nós lhe devemos a vida. Pela salva­ção, nosso passado foi perdoado, nosso presente faz sentido e nosso futuro é seguro. À luz dessas incríveis vantagens, Paulo con­cluiu: Por causa da grande misericórdia divina, peço que vocês se ofereçam completamente a Deus como um sacrifício vivo, dedicado ao seu serviço.6
O apóstolo João ensinou que nossos préstimos amorosos às ou­tras pessoas mostram que somos verdadeiramente salvos. Ele disse: Sabemos que já passamos da morte para a vida porque amamos nossos irmãos.7 Se não tenho ne­nhum amor pelos outros, nenhum desejo de ajudar as pessoas e me preocupo somente com minhas ne­cessidades, deveria questionar se Cristo está realmente na minha vida. Um coração salvo é um cora­ção que deseja servir.
Outro termo relativo a servir a Deus que é mal compreendido pela maioria das pessoas é a palavra ministério. Quando a maioria das pessoas escuta “ministério”, pensa em pastores, padres e sacerdócio profissional, mas Deus diz que cada membro de sua família é um ministro. Na Bíblia, as palavras servo e ministro são sinônimas, assim como serviço e ministério. Se você é cristão, é um ministro e, quando está servindo, está ministrando.
Quando a sogra de Pedro, enferma, foi curada por Jesus, ela ins­tantaneamente se levantou e começou a servi-lo,8 usando seu novo dom de saúde. É exatamente isso que devemos fazer. Somos cura­dos para ajudar aos outros. Somos abençoados para ser uma bên­ção. Somos salvos para servir, e não para ficar sentados esperando pelo céu.
Você nunca se perguntou por que Deus não nos leva para o céu, imediatamente após aceitarmos sua graça? Por que ele nos deixa em um mundo decadente? Ele nos deixa aqui para cumprir seus propó­sitos. Uma vez que você esteja salvo, Deus pretende usá-lo para seus objetivos. Deus tem para você um ministério em sua igreja e uma missão no mundo.

Você é chamado para servir a Deus. Enquanto crescia, você deve ter pensado que ser “chamado” por Deus era algo que somente mis­sionários, pastores, freiras e outros obreiros “de tem­po integral” experimentavam, mas a Bíblia diz que todo cristão é chamado para servir.9 Seu chamado para ser salvo incluiu o chamado para servir; am­bos são o mesmo chamado. Independentemente de seu emprego ou carreira, você é chamado para ser um cristão servindo em tempo integral. Um “cristão não-servo” é uma antítese.
A Bíblia diz: Deus nos salvou e nos chamou para sermos o seu povo. Não foi por causa do que temos feito, mas porque este era o seu plano e por causa da sua graça.10 Pedro acrescenta: Vocês foram esco­lhidos para falar sobre as excelentes qualidades de Deus, que os cha­mou.11 Sempre que você faz uso das habilidades que Deus lhe conce­deu para ajudar os outros, você está cumprindo o seu chamado.
A Bíblia diz: Vocês [...] agora pertencem a ele [...] para [...] ter uma vida útil no serviço de Deus.12 Quanto do seu tempo vem sendo uti­lizado a serviço de Deus? Em algumas igrejas na China, dão-se as boas-vindas a novos crentes dizendo: “Jesus agora tem um novo par de olhos para ver, novos ouvidos para escutar, novas mãos com as quais ajudar e um novo coração para amar os outros”.
Uma razão pela qual você precisa estar vinculado a uma igreja, é o cumprimento do seu chamado para servir a outros crentes de maneira prática. A Bíblia diz: Todos vocês, juntos, são o corpo único de Cristo, e cada um de vocês é um membro separado e necessário a ele.13 O seu serviço é desesperadamente necessário no corpo de Cris­to — basta perguntar em qualquer igreja local. Cada um de nós tem um papel a desempenhar, e cada um deles é importante. Não existe serviço pequeno para Deus; tudo importa.
Do mesmo modo, não existem ministérios insignificantes na igre­ja. Alguns são visíveis e alguns são desempenhados nos bastidores, mas todos são valiosos. Ministérios pequenos ou velados fazem fre­qüentemente uma grande diferença. Em minha casa, a luminária mais importante não é o enorme lustre da sala de jantar, mas a pequena luz noturna que me impede de tropeçar quando levanto à noite. Não há uma correlação exata entre tamanho e importância. Todo ministério é importante, porque todos dependemos uns dos outros para funcionar.
O que acontece quando uma parte do seu corpo deixa de funcio­nar? Você adoece. O resto do seu corpo sofre. Imagine se seu fígado decidisse começar a viver por conta própria: “Eu estou cansado! Não quero mais servir este corpo! Quero um ano de folga, só me alimen­tando. Eu tenho de pensar no que é melhor para mim! Deixe que outra parte do corpo assuma”. O que aconteceria? O seu corpo iria morrer. Hoje em dia, milhares de igrejas locais estão morrendo por causa de cristãos que não têm vontade de servir. Eles ficam assistin­do de lado, e o corpo sofre.

A ordem é servir a Deus. Jesus foi categórico: A atitude de vocês deve ser igual à minha, porque eu, o Messias, não vim para ser servi­do, mas para servir, e dar a minha vida por muitos.14 Para os cris­tãos, servir não é questão de opção, não é algo a ser encaixado em nossas agendas caso haja tempo disponível. Servir é o núcleo da vida cristã. Jesus veio para “servir” e para “dar” — esses dois verbos também devem servir para definir sua vida na Terra. Serviço e doa­ção resumem o quarto propósito de Deus para sua vida. Madre Tereza disse certa vez: “Viver em santidade consiste em realizar a obra de Deus com um sorriso”.
Jesus ensinou que a maturidade espiritual nunca é um fim em si mesma. Maturidade é para o ministério! Nós crescemos para nos doar. Seguir aprendendo mais e mais não é o suficiente. Precisamos agir de acordo com o que sabemos e pôr em prática o que afirmamos acreditar.
Impressão sem expressão causa depres­são. Estudar sem trabalhar leva à es­tagnação espiritual. A antiga compara­ção entre o mar da Galiléia e o mar Morto ainda é verdadeira. O mar da Galiléia é cheio de vida porque recebe água e tam­bém a escoa. No mar Morto nada vive, pois, ao contrário do primeiro, não há saída de água.
A última coisa que muitos crentes precisam hoje em dia é participar de outro estudo bíblico. Eles já sabem muito mais do que põem em prática. O que eles precisam é de experiências em servir, nas quais possam exercitar seus músculos espirituais.
Servir é contrário à nossa inclinação natural. Na maior parte do tempo, estamos mais interessados em nos servir do que no serviço. Dizemos “Estou procurando uma igreja que atenda as minhas neces­sidades e me abençoe”, e não “Estou procurando um lugar onde pos­sa servir e ser abençoado”. Esperamos que os outros nos sirvam, e não ao contrário. Mas, à medida que amadurecemos em Cristo, o foco de nossa vida deve ser deslocado progressivamente, para ter­mos uma vida de serviço. Um seguidor de Jesus maduro deixa de perguntar “Quem irá alcançar minhas necessidades?” e começa a perguntar: “As necessidades de quem eu vou alcançar?”. Você algu­ma vez já fez essa pergunta?

Preparando-se para a eternidade
No fim de sua vida na Terra você ficará perante Deus, e ele avaliará como você serviu aos outros com sua vida. A Bíblia diz: Cada um de nós prestará contas de si mesmo a Deus.15 Pense nas implicações disso. Algum dia Deus irá comparar quanto tempo e energia gasta­mos conosco, em relação ao que utilizamos para servir aos outros.
Nesse momento, todas as nossas desculpas para o egoísmo soarão vazias: “Eu estava muito ocupado”, ou “Eu tinha meus próprios obje­tivos”, ou “Eu estava preocupado em trabalhar, me divertir ou em preparar minha aposentadoria”. A todas as desculpas, Deus respon­derá: “Sinto muito, resposta errada. Eu o criei, salvei, chamei e ordenei a você que tivesse uma vida de serviços aos outros. Qual parte você não entendeu?”. A Bíblia alerta os que não crêem: Ele derramará a sua ira e o seu castigo sobre os que vivem para si mesmos16 — mas para os cristãos isso significará a perda das recompensas eternas.
Nós só estamos completamente vivos quando ajudamos os outros. Jesus disse: Se você insistir em salvar a sua própria vida, você a per­derá. Somente aqueles que põem de lado a sua vida por minha causa e por causa da Boa Nova é que saberão realmente o que significa viver.17 Essa verdade é tão importante, que é repetida cinco vezes nos evangelhos. Se você não está servindo, está apenas existindo, por­que a vida foi feita para o ministério. Deus quer que você aprenda a amar e a servir as pessoas de forma altruísta.

Serviço e importância
Você dará a vida por algo. O que será? Uma carreira, um esporte, um passatempo, fama, riquezas? Nenhuma dessas coisas será impor­tante para sempre. Servir é o caminho para a verdadeira importân­cia. É através do ministério que descobrimos o significado da vida. A Bíblia diz: Todos achamos nosso significado e função, como parte do seu corpo.18 Ao servirmos juntos na família de Deus, nossa vida assume uma importância eterna. Paulo disse: Quero que vocês pen­sem como tudo isso torna vocês mais importantes, não menos [...] por causa daquilo de que vocês são parte.19
Deus quer usá-lo para que você faça diferença no mundo dele. Ele quer trabalhar por meio de você. O que importa não é a duração da sua vida, mas a contribuição que ela dá. Não quanto você viveu, mas como viveu.
Se você não está envolvido em algum serviço ou mi­nistério, que desculpa tem usado? Abraão era velho, Jacó era inseguro, Lia era sem atrativos, José foi maltrata­do, Moisés gaguejava, Gideão era pobre, Sansão era co-dependente, Raabe era imoral, Davi teve uma aman­te e todo tipo de problema familiar, Elias tinha tendências suicidas, Jeremias era depressivo, Jonas era relutante, Noemi era viúva, João Batista era excêntrico para dizer o mínimo, Pedro era impulsivo e temperamental, Marta se preocupava demais, a mulher samaritana teve vários casamentos fracassados, Zaqueu era indesejado, Tomé tinha dúvidas, Paulo tinha saúde fraca e Timóteo era tímido. Aí está uma boa variedade de desajustes, mas Deus usou cada um deles a seu serviço. Ele também usará você, se deixar de dar desculpas.

Vigésimo Nono Dia
Pensando sobre meu propósito

Um tema para reflexão: Servir não é questão de opção.

Um versículo para memorizar: Porque somos criação de Deus realizada em Cristo Jesus para fazermos boas obras, as quais Deus preparou antes para nós as praticarmos (Efésios 2.10; nvi).

Uma pergunta para meditar: O que está me impedindo de aceitar o chamado de Deus para servi-lo?
(Extraido livro Uma vida com proposito do pastor Rick Warren)

Dia 28 - ISSO LEVA TEMPO!

Tudo na terra tem seu próprio tempo, sua própria estação.
Eclesiastes 3.1; cev

E eu tenho certeza de que Deus, que começou a boa obra em vocês, continuará ajudando-os a crescer em sua graça até quando Sua tarefa em vocês estiver finalmente terminada naquele dia em que Jesus Cristo voltar.
Filipenses 1.6; bv

Não existem atalhos para chegar à maturidade.
Precisamos de vários anos para chegar à idade adulta, e é neces­sária toda uma estação para que uma fruta cresça e amadureça. O mesmo se dá com o fruto do Espírito. O desenvolvimento do caráter cristão não pode ser apressado. O crescimento espiritual, assim como o físico, requer tempo.
Quando você tenta amadurecer rapidamente um fruto, ele perde o sabor. Nos Estados Unidos, os tomates são normalmente colhidos antes do amadurecimento, a fim de que não fiquem machucados durante o transporte até o varejista. Então, antes de vendidos, os tomates verdes são vaporizados com co2, o que os torna vermelhos instantaneamente. Tomates vaporizados são comestíveis, mas não são páreo para o sabor de um tomate deixado para maturar lenta­mente no pé.
Enquanto nos preocupamos em crescer rapidamente, Deus se preo­cupa em que cresçamos fortes. Deus vê a nossa vida desde a eterni­dade e para a eternidade; então, nunca está com pressa.
Lane Adams certa vez comparou o processo de crescimento espiri­tual com a estratégia usada pelos aliados durante a Segunda Guerra Mundial na libertação das ilhas do Pacífico Sul. Primeiro “amaciavam” uma ilha, enfraquecendo a resistência com bombardeios nas fortificações a partir de navios ao longo da costa. A seguir, um peque­no grupo de fuzileiros invadia a ilha e estabelecia uma cabeça-de-praia” — minúscula parte da ilha que podiam controlar. Uma vez que a cabeça-de-praia estivesse segura, começavam o longo processo de libertação do resto da ilha, pouco a pouco. Com o tempo, toda a ilha ficava sob controle, mas sempre com algumas batalhas duras.
Adams traçou esta analogia: antes de Cristo invadir nossa vida na conversão, ele algumas vezes tem de nos “amaciar”, permitindo alguns problemas com os quais não pode­mos lidar. Embora algumas pessoas abram a vida para Cristo tão logo ele bata à porta, a maioria de nós resis­te e fica na defensiva. A experiência que temos antes da conversão é Je­sus dizendo: “Eis que estou a porta e bombardeio”!
No instante em que você se abre para Cristo, Deus estabelece uma “cabeça-de-praia” em sua vida. Você pode imaginar que já entregou toda a vida a ele, mas a verdade é que há uma grande parte dela da qual você nem tem conhecimento. Você só pode dar a Deus o tanto que compreende naquele momento. Está ótimo! Uma vez que Cristo tenha uma cabeça-de-praia, ele começa a campanha para conquistar mais e mais território, até que sua vida seja completamente dele. Existirão lutas e batalhas, mas a vitória é certa. Deus prometeu que aquele que começou boa obra em vocês, vai completá-la.1
Discipulado é o processo no qual se toma a forma de Cristo. A Bíblia diz: ... a fim de que o corpo todo seja edificado até chegar o tempo em que, na unidade da fé em comum e do conhecimento em comum do Filho de Deus, alcancemos a verdadeira maturidade — aquela medida de desenvolvimento implícita na expressão “a pleni­tude de Cristo”.2 Tornar-se semelhante a Cristo é seu destino final, mas a jornada durará toda uma vida.
Até aqui, vimos que essa jornada envolve acreditar (pela adora­ção), pertencer (pela comunhão) e transformar-se (pelo discipulado). Deus quer que todos os dias você se torne mais parecido com ele: Você começou a viver uma nova vida, na qual está sendo feito de novo e se tornando como aquele que o criou.3
Hoje somos obcecados por velocidade, mas Deus se interessa mais por força e estabilidade do que por rapidez. Queremos o jeitinho, o atalho, a solução imediata. Queremos um sermão, um seminário ou uma experiência que resolva instantaneamente todos os problemas, retire to­das as tentações e nos alivie de toda dor. Mas a verdadeira maturidade nunca chega depois de uma única experiência, pois mais que seja poderosa ou emocionante. Crescer é um processo gradual. A Bíblia diz: Nossa vida vai se tornando gradualmente mais brilhante e mais boni­ta à medida que Deus entra nela e nos tornamos semelhantes a ele.4

Por que demora tanto tempo?
Embora Deus possa transformar-nos instantaneamente, ele escolheu nos desenvolver vagarosamente. Jesus é cauteloso no desenvolvi­mento de seus discípulos. Assim como Deus permitiu que os israeli­tas se apoderassem da Terra Prometida aos poucos,5 para que eles não fossem sobrepujados, ele prefere trabalhar gradualmente em nossa vida.
Por que levamos tanto tempo para mudar e crescer? Existem vári­as razões.

Aprendemos lentamente. É comum termos de aprender uma li­ção quarenta ou cinqüenta vezes para realmente captá-la. O proble­ma se repete periodicamente, e pensamos “De novo, não! Eu já aprendi isso!”, mas Deus é quem de fato sabe o de que precisamos. A história de Israel demonstra quão depressa nos esquecemos das lições que Deus nos ensina e a rapidez com que retornamos aos velhos padrões de comportamento. Precisamos de reiteradas explicações.

Temos muito a desaprender. Muitas pessoas vão ao psicólogo com um problema pessoal ou re­lacionai que levou anos para se desenvolver e di­zem: “Preciso que você dê um jeito em mim. Tenho uma hora”. Ingenuamente esperam uma solução rápida para uma dificuldade enraizada há anos. Como a maioria de nossos problemas e todos os nos­sos hábitos ruins não se desenvolvem da noite para o dia, não tem cabimento esperar que desapareçam imediatamente. Não há pílula, oração ou teoria que desfaça instantaneamente os danos de muitos anos. É necessário o trabalho duro de eliminação e substitui­ção. A Bíblia chama isso despir-se do velho homem e revestir-se do novo homem.6 Ainda que tenha recebido uma natureza inteiramente nova no momento da conversão, você ainda preserva os velhos hábi­tos, padrões e práticas que precisam ser eliminados e substituídos.

Temos medo de humildemente encarar a verdade sobre nós. Já destaquei que a verdade nos libertará, mas com freqüência nos torna, antes de tudo, infelizes. O medo do que poderíamos descobrir se encarássemos honestamente os defeitos de nosso caráter nos mantém aprisionados, negando a realidade. Somente quando se per­mite que Deus brilhe a luz de sua verdade sobre nossas faltas, fra­cassos e traumas é que podemos começar a trabalhar neles. É por isso que não podemos crescer sem uma postura de humildade dis­posta para a instrução.

Crescer é quase sempre doloroso e assustador. Não há cresci­mento sem mudanças, não existem mudanças sem medo ou perdas e não há perda sem dor. Toda mudança envolve perda de algum tipo. Você deve se livrar dos velhos hábitos para experimentar os novos. Tememos essas perdas, mesmo que nossos antigos costu­mes estejam fadados ao fracasso, pois, como um par de sapatos usa­dos, eram ao menos confortáveis e conhecidos.
Não raro as pessoas formam sua identidade em torno de seus defeitos.
Dizemos: “É bem o meu jeito de ser...” e “É desse jeito que eu sou”. A preocupação inconsciente é que, se eu me livrar de meu hábito, mi­nha dor ou minha inibição, em que me tornarei? Esse medo pode certamente retardar seu crescimento.

Hábitos levam tempo para se desenvolver. Lembre-se de que seu caráter é a soma total de seus hábitos. Você não pode se dizer gentil, a menos que seja habitualmente gentil; você demonstra gen­tileza sem nem mesmo pensar nisso. Você não pode afirmar que é integro, a menos que tenha o hábito de ser honesto. O marido fiel à mulher a maior parte do tempo não é de modo algum fiel! Seus hábitos definem seu caráter.
Só há uma maneira de desenvolver os hábitos do caráter seme­lhante ao de Cristo: praticá-los; e isso leva tempo! Não existem hábi­tos instantâneos. Paulo exortou Timóteo: Pratique essas coisas. De­dique sua vida a elas, para que todos possam ver seu progresso.7
Com tempo de prática, você fica bom em qualquer coisa. A repeti­ção é a mãe do caráter e da habilidade. Os hábitos que constroem o caráter são em geral chamados “disciplinas espirituais”, e existem dezenas de ótimos livros que ensinam a aplicá-las. Veja no “Apêndice 2” uma lista de livros recomendados para o crescimento espiritual.

Não se apresse
À medida que você cresce em direção à maturidade espiritual, exis­tem várias formas de cooperar com Deus durante o processo.

Creia que Deus está operando em sua vida, mesmo quando você não o sente. O crescimento espiritual é um trabalho às vezes tedioso, que progride um passo por vez. Conte com uma melhora gradual. A Bíblia diz: Tudo na terra tem seu próprio tempo e sua própria estação.8 Na vida espiritual, também existem estações. Às vezes você terá uma curta e intensa explosão de crescimento (esta­ção da primavera), seguida por um período de estabilidade e prova­ções (outono e inverno).
E quanto aos problemas, hábitos e mágoas que você gostaria de eliminar miraculosamente? Não há nada de errado em orar por um milagre, mas não fique decepcionado se a resposta vier por meio de uma mudança gradual. Com o tempo, uma correnteza lenta e firme desgastará a mais dura rocha e transformará penhascos gigantes em seixos. Com o tempo, um pequeno broto pode se transformar em uma sequóia gigante com mais de cem metros de altura.

Mantenha um caderno ou um diário com as lições aprendidas. Não se trata de um diário dos acontecimentos, mas de um registro do que você aprendeu. Anote os discernimentos e lições de vida que Deus lhe ensina sobre ele, sobre você, sobre a vida, sobre relaciona­mentos e sobre tudo o mais. Registre-os para que você possa revisá-los, relembrá-los e passá-los para a próxima geração.9 A razão pela qual devemos reaprender as lições é que as esquecemos. Reler seu diário espiritual regularmente pode lhe poupar muito sofrimento e desgosto desnecessários. A Bíblia diz: É crucial que prestemos muita atenção no que ouvimos, de modo que não nos desviemos.10

Seja paciente com Deus e consigo mesmo. Uma das frustra­ções da vida é que o cronograma de Deus raramente é igual ao nos­so. Estamos quase sempre apressados quan­do Deus não está. Talvez você se sinta frus­trado com o progresso aparentemente len­to que está fazendo na vida. Não se esque­ça de que Deus nunca é apressado, mas é sempre pontual. Ele usará todo o seu tem­po de vida a fim de prepará-lo para sua função na eternidade.
A Bíblia é cheia de exemplos de como Deus usa longos processos para desenvolver o caráter, especialmente nos líderes. Ele levou oi­tenta anos para preparar Moisés, incluindo quarenta no deserto. Por 14 600 dias ficou esperando e matutando: “Será que está na hora?”. Mas Deus continuava dizendo: “Ainda não”.
Ao contrário dos títulos de livros populares, não existem passos fáceis para a maturidade ou segredos da santidade instantânea.
Quando Deus quer fazer um cogumelo, ele o faz da noite para o dia; mas quando quer fazer um carvalho gigante, leva cem anos. Grandes almas são desenvolvidas através de lutas, tempestades e períodos de sofrimento. Tenha paciência com o pro­cesso. Tiago aconselhou: Não tentem se desviar de nada prematuramente. Deixem as coisas acontecerem, para que vocês se tornem maduros e desenvolvidos.11

Não desanime. Quando Habacuque ficou deprimido por achar que Deus não estava agindo rápido o suficiente, Deus lhe disse: Essas coisas que planejei não acontecerão porém imediatamente. Devagar, firmemente, e com certeza, vai se aproximando o tempo em que a visão será cumprida. Se parecer demorar muito, não se deses­pere, porque tudo vai acontecer mesmo! Seja paciente! O cumprimen­to dessa promessa não vai chegar nem um dia atrasado!12 O atraso não é uma negativa de Deus.
Lembre-se de quanto você já passou, não de quanto terá de pas­sar. Você não está onde quer, mas também não está onde costumava estar. Anos atrás, alguns americanos usavam um broche com as le­tras pfspdancaodem.. Significava: “Por favor, seja paciente. Deus ainda não concluiu a obra dele em mim”. Deus também ainda não concluiu a obra dele em você; então continue em frente. Até mesmo a lesma alcançou a arca por perseverar!

Vigésimo Oitavo Dia
Pensando sobre meu propósito

Um tema para reflexão: Não existem atalhos para che­gar à maturidade.

Um versículo para memorizar: Deus começou a fazer uma boa obra em vocês, e tenho certeza de que ele a continuará até que seja concluída, quando Jesus Cristo voltar outra vez (Filipenses 1.6; ncv).
Uma pergunta para meditar: Em qual área de meu cresci­mento espiritual preciso ser mais paciente e persistente?

(Extraido do livro "Uma vida com proposito" do pastor Rick Warren)

sexta-feira, 24 de abril de 2009

Dia 27 - Derrotando a tentação


Fuja de qualquer coisa que lhe provoque os pensamentos malignos que os rapazes muitas vezes têm, mas aproxime-se de qualquer coisa que o leve a querer fazer o bem. Tenha fé e amor, e sinta prazer na companhia daqueles que amam o Senhor e têm coração puro.
2 Timóteo 2.22; bv

Lembrem-se de que as tentações que sobrevêm à vida de vocês não são diferentes das que outros experimentam. E Deus é fiel Ele impedirá que a tentação se torne tão forte que vocês não possam suportá-la. Quando forem tentados, ele lhes mostrará uma saída, de modo que vocês não venham a cair.
1 Coríntios 10.13; nlt


Sempre há uma saída.
Pode ser que às vezes você sinta que uma tentação é forte demais para ser tolerada, mas isso é uma mentira de Satanás. Deus prome­teu nunca permitir que houvesse sobre você mais do que ele colocou dentro de você para lidar com a situação. Ele não permitirá nenhu­ma tentação que você não possa superar. Entretanto, você também deve fazer sua parte, praticando quatro fundamentos bíblicos para derrotar a tentação.

Redirecione sua atenção para outra coisa. Pode lhe surpreen­der, mas em nenhuma parte da Bíblia há orientação para “resistir à tentação”. Somos orientados a resistir ao Diabo,1 mas isso é muito diferente, como explicarei mais tarde. Em vez disso, somos aconse­lhados a redirecionar nossa atenção, porque resistir a um pensa­mento não funciona. Isso só aumenta nossa concentração na coisa errada e fortalece a sedução. Deixe-me explicar.
Toda vez que você tenta bloquear um pensamento, você o empur­ra mais para o fundo de sua memória. Resistindo, você na verdade o fortalece. Isso ocorre principalmente com as tentações. Você não der­rota a tentação combatendo a sensação que ela traz. Quanto mais você combate um sentimento, mais ele consome e controla você. Você o fortalece cada vez que pensa nele.
Como a tentação sempre começa com um pensamento, a forma mais rápida de neutralizar seu fascínio é desviar sua atenção para outra coisa. Não combata o pensamento, apenas mude o canal de sua mente e concentre seu interesse em outra idéia. Esse é o primeiro passo para derrotar a tentação.
Você ganha ou perde a batalha contra o pecado na mente. O que prende sua atenção prenderá você. Foi por isso que Jó falou: Fiz acordo com os meus olhos de não olhar com cobiça para as moças.2 E Davi orou: Não me deixes ficar pensando em coisas sem valor.3
Você já assistiu a um anúncio de comida na televisão e de forma súbita sentiu-se faminto? Você já ouviu alguém tossir e imediata­mente sentiu vontade de limpar a gar­ganta? Já assistiu a alguém dando um grande bocejo e sentiu o impulso de bocejar? [Você talvez esteja bocejando agora mesmo enquanto lê isto!] Esse é o poder da sugestão. Naturalmente nos movemos para onde dirigimos a atenção. Quanto mais você pensa a respeito de alguma coisa, com mais força ela se apodera de você.
É por isso que ficar repetindo “Eu preciso parar de comer tanto... ou parar de fumar... ou de me entregar ao desejo sexual ilícito” é uma estratégia contraproducente. Ela o mantém concentrado no que você não quer. É como anunciar: “Nunca vou fazer o que minha mãe fez”. Dizendo isso, você está apenas se programando para repetir o que foi feito.
A maioria das dietas não funciona porque mantém você pensan­do em comida o tempo todo, garantindo que você ficará faminto. Do mesmo modo, um orador que fique repetindo para si mesmo “Não fique nervoso!” programa-se para ficar nervoso! Em vez disso, ele deveria concentrar seus pensamentos em qualquer coisa, exceto suas sensações. Poderia concentrar-se em Deus, na importância do dis­curso ou nas necessidades dos que irão ouvi-lo.
A tentação começa capturando sua atenção. O que capta sua atenção desperta suas emoções. Então, suas emoções ativam seu comportamento e você age baseado no que sente. Quanto mais você se concentrar em “eu não quero fazer isso”, com mais força isso o aprisionará em sua teia.
Ignorar a tentação é muito mais eficiente do que combatê-la. Uma vez que sua mente esteja focada em alguma outra coisa, a tentação perde a força. Então, quando a tentação o chamar ao telefone, não discuta com ela, apenas desligue!
Não é raro que isso signifique sair fisicamente de uma situação tentadora. Trata-se de uma ocasião em que não é errado fugir. Levan­te e desligue o televisor. Afaste-se de um grupo que está fofocando. Deixe o cinema no meio do filme. Não fique evitando o ferrão; afaste-se das abelhas. Faça o que for necessário para desviar sua atenção em outra direção.
Da perspectiva espiritual, a mente é seu órgão mais vulnerável. Para reduzir a tentação, mantenha-a ocupada com a Palavra de Deus e com bons pensamentos. Você derrota os maus pensamentos pen­sando em algo melhor. É o princípio da substituição. Você sobrepuja o mal com o bem.4 Satanás não pode tomar sua atenção quando sua mente está preo­cupada com algo mais. É por isso que a Bíblia insiste em que mantenhamos a mente direciona­da: Fixem os seus pensamentos em Jesus.5 Lem­bre-se de Jesus Cristo.6
Encham a mente de vocês com tudo o que é bom e merece elogios, isto é, tudo o que é verdadei­ro, digno, correto, puro, agradável e decente.7 Se você realmente quer derrotar a tentação, deve administrar sua mente e controlar o que absorve na mídia. O mais sábio homem que já viveu advertia: Tenha cuidado com o que você pensa, pois a sua vida é dirigida pelos seus pensamentos.8 Não permita que lixo entre em sua mente sem critério. Seja seletivo. Escolha cuidadosamente aquilo em que pensar. Siga o exemplo de Paulo: Levamos cativo todo pensamento, para torná-lo obediente a Cristo.9 Isso exige a prática de toda uma vida, mas com a ajuda do Espírito Santo você pode reprogramar sua forma de pensar.

Revele sua luta a um amigo devoto ou a um grupo de apoio. Você não tem de espalhar para todo o mundo, mas precisa ao menos de uma pessoa com quem possa abertamente partilhar sua luta. A Bíblia diz: É melhor ter um amigo do que ficar sozinho [...] se você cai, seu amigo pode ajudá-lo a levantar-se. Mas, se você cai sem ter um amigo por perto, está realmente em dificuldades.10
Deixe-me ser claro: se você está perdendo a batalha contra um mau hábito persistente, um vício ou uma tentação e está emperrado em um ciclo repetitivo de “intenção-fracasso-culpa”, não irá se recupe­rar por conta própria! Você precisa da ajuda de outras pessoas. Algu­mas tentações são vencidas somente com a ajuda de um parceiro que ore por você e o incentive; alguém a quem você possa prestar contas. O plano de Deus para seu crescimento e libertação inclui outros cristãos. A comunhão honesta e autêntica é o antídoto para sua luta solitária contra os pecados difíceis de vencer. Deus diz que essa é a única forma de conseguir escapar: Portanto, confessem os seus pe­cados uns aos outros e orem uns pelos outros para serem curados.11
Você realmente quer ser curado daquela tentação persistente, que o segue derrotando continuamente? A solução de Deus é simples: não a reprima, confesse! Não a oculte, exponha. Expor seus senti­mentos é o início da cura.
Esconder a dor só a intensifica. Os problemas crescem na escuri­dão, tornando-se cada vez maiores; mas, expostos à luz da verdade, murcham. Suas enfermidades têm a medida de seus segredos. Então tire a máscara, pare de fingir ser perfeito e venha para a liberdade.
Na Igreja de Saddleback, temos visto o impressionante poder desse princípio romper o domínio de tentações persistentes e de vícios apa­rentemente irrecuperáveis, por meio de um programa desenvolvido por nós chamado Celebrate Recovery [Celebrando a Recuperação]. É um processo bíblico de recuperação com oito etapas, baseado nas bem-aventuranças de Jesus e fundamentado em torno de pequenos grupos de apoio. Nos últimos dez anos, mais de cinco mil vidas foram libertas de todo tipo de hábitos, mágoas e vícios. Hoje, o programa é utilizado em milhares de igrejas. Eu o recomendo fervorosamente a sua igreja.
Satanás quer que você pense que seu pecado e sua tentação são exclusivos e que por isso você deve mantê-los em segredo. A verdade é que estamos todos no mesmo barco. Todos combatemos as mesmas tentações,12 e todos pecaram.13 Milhões já sentiram o que você sente e enfrentam as mesmas lutas que você enfrenta neste momento.
O motivo pelo qual escondemos nossos pecados é o orgulho. Que­remos que os outros pensem que temos tudo “sob controle”. A verda­de é que qualquer assunto sobre o qual você não possa falar já está fora de controle na sua vida: problemas com finanças, casamento, crianças, pensa­mentos, sexualidade, hábitos secretos ou qualquer outra coisa. Se você pu­desse resolvê-los por conta própria, já o teria feito. Mas não pode. Decisões pessoais e força de vontade não são suficientes.
Alguns problemas estão muito arraigados, tornaram-se muito rotineiros e muito grandes para que você os solucione por conta própria. Você precisa de um grupo pequeno ou de um parceiro para prestar contas, que vai incentivá-lo, apoiá-lo, orar por você, amá-lo incondicionalmente e chamá-lo à responsabilidade. Depois então, você pode fazer o mesmo por ele.
Sempre que alguém confia em mim, dizendo “Eu nunca disse isso a ninguém”, fico entusiasmado com aquela pessoa, porque sei que ela está para experimentar um grande alívio e libertação. A válvula de pressão está para ser aberta, e pela primeira vez ela vislumbrará uma esperança para o futuro. Isso sempre acontece quando fazemos o que Deus nos manda fazer; quando admitimos nossas lutas a um amigo que seja um cristão consagrado.
Deixe-me fazer uma pergunta difícil. O que você finge não ser um problema na sua vida? De que você tem medo de falar? Você não irá resolver isso por conta própria. Sim, é humilhante admitir nossas fra­quezas perante outras pessoas, mas é exatamente a falta de humildade que o está impedindo de melhorar. A Bíblia diz: Deus se opõe aos orgu­lhosos, mas concede graça aos humildes. Portanto, submetam-se a Deus.14

Resista ao Diabo. Após termos nos humilhado e submetido a Deus, somos orientados a desafiar o Diabo. A parte final de Tiago 4.7 diz: Resistam ao Diabo, e ele fugirá de vocês. Não nos resignemos pacificamente diante de seus ataques. Devemos contra-atacar.
O Novo Testamento descreve muitas vezes a vida cristã como uma batalha espiritual contra as forças do mal, utilizando termos que aludem à guerra, como: “batalha”, “conquistar”, “luta” e “supe­rar”. Os cristãos são muitas vezes comparados a soldados servindo em território inimigo.
Como podemos resistir ao Diabo? Paulo explica: Usem o capacete da salvação e a espada do Espírito, que é a palavra de Deus.15 O primeiro passo é aceitar a salvação de Deus. Você não será capaz de dizer não ao Diabo, a menos que tenha dito sim a Cristo. Sem Cristo não temos defesas contra o Diabo, mas com “o capacete da salvação” nossa mente é protegida por Deus. Lembre-se disto: se você é crente, Satanás não pode obrigá-lo a fazer coisa alguma. Pode apenas sugerir.
Segundo, você deve usar a Palavra de Deus como arma contra Satanás. Jesus deu o exemplo dessa atitude quando foi tentado no deserto. Toda vez que Satanás sugeria uma tentação, Jesus reagia citando as Escrituras. Ele não discutiu com Satanás. Ele não disse “Não estou com fome”, quando foi tentado a usar seu poder para uma necessidade pessoal. Ele simplesmente citou uma parte das Escrituras que havia memorizado. Nós devemos fazer o mesmo. Há poder na Palavra de Deus, e Satanás a teme.
Jamais tente argumentar com o Diabo. Ele argumenta melhor do que você, pois teve milhares de anos para praticar. Você não pode enganar Satanás com sua lógica ou opinião, mas pode usar a arma que o faz tremer — a verdade de Deus. É por isso que memorizar as Escrituras é absolutamente essencial para derrotar as tentações. Você a acessa rapidamente quando é tentado. Como Jesus, você tem a verdade guardada no coração, pronta para ser lembrada.
Se você não sabe nenhum versículo bíblico de cor, sua arma está sem balas! Eu o convido a memorizar um versícu­lo por semana, pelo resto de sua vida. Imagine como você ficará mais forte!

Perceba sua vulnerabilidade. Deus nos adverte para nunca ficarmos orgu­lhosos ou muito confiantes, que é a receita para a desgraça. Jeremias disse: O coração é mais enganoso que qualquer outra coisa e sua do­ença é incurável.16 Isso significa que somos bons em enganar a nós mesmos. Nas circunstâncias adequadas, qualquer um de nós é capaz de qualquer pecado. Não devemos jamais baixar a guarda e imaginar que somos imunes às tentações.
Não se ponha por descuido em situações que lhe tragam tenta­ções. Evite-as.17 Lembre-se de que é mais fácil ficar fora das tenta­ções do que sair delas. A Bíblia diz: Não seja imaturo nem autoconfiante. Você não é exceção. Você pode cair de cara no chão, como qualquer um. Esqueça a autoconfiança; ela não vale nada. Cultive a confiança em Deus.18


Vigésimo Sétimo Dia
Pensando sobre meu propósito

Um tema para reflexão: Sempre há uma saída.

Um versículo para memorizar: Deus é fiel. Ele impedirá que a tentação se torne tão forte que vocês não possam suportá-la. Quando forem tentados, ele lhes mostrará uma saída, de modo que vocês não venham a cair (1 Coríntios 10.13; nlt).

Uma pergunta para meditar: A quem eu poderia pedir para ser meu parceiro espiritual, para me ajudar a derro­tar uma tentação persistente, orando por mim?


(extraído do livro "Uma vida com propósito do Pastor Rick Warren)